Briga pelo poder na CBF e ações na Justiça encaminham virada de mesa no Campeonato Brasileiro

Torcedores protestam durante o julgamento de Portuguesa e Flamengo, no final do ano passado

O jogo de poder que envolve a eleição para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), marcada para abril, somado à disputa da Copa do Mundo no Brasil e às várias ações na Justiça, em favor da Portuguesa, fazem o futebol brasileiro caminhar para mais um capítulo triste em sua história. Pressionada de todos os lados, a CBF já lida com a hipótese de suspender o rebaixamento e fazer uma edição do Brasileiro com 24 clubes este ano.


A medida é vista nos corredores da entidade como necessária para desarmar uma bomba-relógio. Os dirigentes têm certeza de que, a qualquer momento, uma das ações impetradas em favor da Portuguesa será acolhida pela Justiça comum, o que levaria à paralisação do Brasileiro, criando um problema de dimensões incalculáveis perto do começo da Copa do Mundo. E preferem não ter que pagar para ver.


A virada de mesa conta com o apoio velado de Marco Polo Del Nero, atual vice geral da CBF, presidente da Federação Paulista, que teve dois afiliados rebaixados (Portuguesa e Ponte Preta) e candidato à sucessão de José Maria Marín.

No jogo de poder, a oposição apoia os clubes rebaixados em troca de uma contrapartida — para ser candidato na eleição para presidência da CBF, cada chapa deve contar com o apoio de, no mínimo, oito federações e cinco clubes da Série A. Com a virada, os opositores terão o discurso de desorganização na entidade para ganhar força no pleito.


A probabilidade de o Brasileiro ter 24 clubes é tão grande que o Vasco já trabalha com a informação de que não disputará a Série B. Os reforços contratados dão o tom do planejamento de nível Série A em São Januário. Nome tido como certo na Copa entre os convocados do Uruguai, o goleiro Martín Silva veio, com o volante Aranda, do Olimpia vice-campeão da Libertadores. O zagueiro Rodrigo, deixou o Goiás, sensação da última Séria A, para acertar com o Vasco. Além deles, Pedro Ken não fez questão de ficar no Cruzeiro, atual campeão brasileiro.


Para MP, manobra cabe só à confederação


Um dia depois de abrir inquérito civil contra a CBF e o STJD, o promotor de Justiça do Consumidor, Roberto Senise Lisboa, fez questão de frisar que o único objetivo do Ministério Público paulista é proteger a sociedade e fazer com que as leis seja cumpridas.

Segundo Roberto, qualquer manobra que acontecer no Brasileiro será de responsabilidade da CBF.


— O campeonato deste ano é formatado em cima do regulamento do Brasileiro de 2013, que fala em quatro rebaixados e outros quatro subindo para a Série A. Se a CBF mudar, o MP pode verificar se isso é legal ou não. Mas é algo que ainda não temos conhecimento — afirmou Mauro.


O promotor tem ciência de pelo menos 150 ações na Justiça em favor da Portuguesa, após o julgamento no STJD. E tem certeza de que, em algum momento, uma delas será acolhida.


— Nós entendemos que a CBF errou e dois clubes (Portuguesa e Flamengo) foram punidos injustamente. A intenção do MP é fazer com que a Justiça perceba isso.

O diretor de comunicação da CBF, Rodrigo Paiva, não se aprofundou no assunto.


— A queda da Portuguesa não tem ligação com a CBF é com o STJD — afirmou.


Fonte: Extra Online

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