Adilson Batista escolheu a jogada de segurança. Esperava-se um time composto em sua maioria por reservas. Mas a decisão de não poupar muitos dos seus principais jogadores deu certo. O Vasco chegou a quatro vitórias seguidas no Campeonato Carioca ao bater o Volta Redonda nesta quarta-feira, no Raulino de Oliveira, por 2 a 1. Os espaços no lado esquerdo cruz-maltino deixaram Tiago Amaral à vontade para dar esperança à equipe local e acabar com a invencibilidade de Martín Silva – foram 279 minutos sem levar gols. Porém, Bernardo e Thalles trocaram gentilezas: um passe e um gol de cada, e virada.
Foi um pouco de felicidade na semana em que o clube se despediu do ídolo Juninho Pernambucano, o mais novo aposentado. Agora são 14 pontos somados no estadual, a segunda posição que dá mais confiança e um atacante de apenas 18 anos sem medo de assumir a responsabilidade.
– O período em que fiquei no profissional no ano passado me ajudou muito, então não sinto muito a responsabilidade. O grupo do Vasco é pequeno, então quem entrar precisa manter o nível de quem sair – disse a promessa, autor do gol solitário na vitória contra o Botafogo no fim de semana passado.
Nem tudo foram flores na vitória. Como de costume, Fellipe Bastos foi vaiado por parte da torcida. E desabafou:
– O torcedor tem o direito dele, assim como eu tenho o meu, que é o de jogar bem, acertar, mas acho que existe uma implicância comigo. Se eu erro, sou mais cobrado do que os outros, mas é isso.
O Volta Redonda vive situação perigosa. Em 12º, com cinco pontos, aproxima-se da zona de rebaixamento. O próximo jogo é contra o Audax, no estádio Los Larios, às 17h (de Brasília) de domingo. No mesmo horário, o Vasco encara o Nova Iguaçu, novamente no Raulino de Oliveira.

Troca de gentilezas na virada
Apesar da previsão da comissão técnica de poupar alguns jogadores da sequência de seis partidas em menos de um mês, a maioria não teve moleza. Montoya, Marlon e Edmilson, sim, ganharam descanso – e Aranda estava suspenso. E só. Pedro Ken retornou entre os 11. Deixou um pouco a desejar no primeiro tempo. A marcação mais frouxa pelo seu lado esquerdo no meio de campo sobrecarregou o lateral Henrique e, principalmente, o zagueiro Rodrigo, que conseguiu dar conta do recado em boa parte do tempo.
Quando o espaço sobrou, Rodrigo Paulista soube o momento certo de encontrar Tiago Amaral entre a marcação da defesa e Ken tentando recompor. Chute certeiro para furar o bloqueio de Martín Silva. Os espaços continuaram, Rodrigo passou a se desdobrar, e na frente Bernardo, centralizado como armador, foi se soltando. Tabelou com Fellipe Bastos e deixou para Thalles empatar. Depois foi retribuído com o passe do jovem de 18 anos para virar.
Martín Silva faz defesa com o pé
A torcida ficou inconstante, por alguns segundos aplaudiu Fellipe Bastos, mas voltou a despejar insatisfação sobre o volante. Algumas imprudências nos passes irritaram os vascaínos. Mas as defesas de Martín Silva compensaram – e tome incentivo ao goleiro. Se ele precisou trabalhar, foi porque os espaços continuavam expostos.
Toninho Andrade começou a mexer. Adilson Batista esperou. Não resistiu. Troca entre dois laterais, Henrique e Diego Renan. Depois o recuo: o atacante William Barbio deu lugar ao volante Danilo. O ritmo da partida era lento, um lance aqui, outro ali, e Martín Silva salvou o time do empate – com o pé – num dos poucos lances de destaque do segundo tempo. Alegria para os vascaínos em uma semana de despedida dolorida.
Fonte: GloboEsporte.com