Adilson revê ex-preparador físico na direção da Cabofriense: 'Satisfação'

O garoto paranaense Adilson mal completara 20 anos. E o preparador físico Alexandre Barroso ainda saía da faculdade. Mas as lesões do novato jogador do Cruzeiro no fim da década de 1990 aproximaram o atual treinador do Vasco do técnico da Cabofriense, a terceira colocada do Carioca. Além de um ponto a mais que o Vasco, Alexandre tem pouco mais de cinco anos a mais que Adilson, que era um atleta a quem dedicou atenção especial como preparador físico da Raposa durante cinco anos. Neste domingo, pela primeira vez, os dois vão se enfrentar como treinadores no jogo Vasco x Cabofriense, às 18h30m, em São Januário.

Adilson parou pouco depois de ser campeão mundial em 2000 pelo Corinthians, justamente contra o Vasco, na final do Maracanã. Logo em seguida voltou ao Cruzeiro e reencontrou Alexandre Barroso, membro das divisões de base cruzeirense. O convívio e amizade daqueles tempos em Minas Gerais permaneciam. Assim como a garra de Adilson em investir na carreira de treinador.

– Era um cara muito bom de trabalhar. Lembro que durante os treinos, às vezes ele parava e falava: “vou anotar esse treinamento, porque um dia vou ser técnico”. Quando ele foi assumir o Mogi Mirim, em 2001, ele veio até a Toca da Raposa, conversamos, eu já era dos juniores do Cruzeiro, e indiquei uns jogadores. Disse que ele deveria investir na carreira, porque tinha tudo para dar certo – lembrou Alexandre Barroso, que achou uma foto de Adilson e dele no Cruzeiro, os dois magrinhos e trabalhando juntos.

– Dá para ver que tanto eu como Adilson estamos bem novos – brincou Alexandre no envio da foto que ilustra a matéria.

Adilson Batista e Alexandre Barroso treino arquivo técnicos (Foto: Arquivo Pessoal)

Adilson também falou com carinho de Alexandre. O técnico do Vasco elogiou sua postura desde a época que o conheceu como preparador físico e mostrou conhecimento sobre o atual time do amigo.
– Lá do outro lado tem um grande trabalho do Alexandre Barroso, por quem tenho tinha amizade e respeito. Um profissional exemplar, estudioso. Vai ser uma satisfação revê-lo – lembrou Adilson.
Além dos tempos em que Alexandre cuidava do corpo de Adilson – “naquela época ainda não era muito presente a figura do fisioterapeuta, ele teve duas fraturas graves na tíbia e a gente fazia junto a recuperação” -, outra coisa em comum é a admiração por Ênio Andrade. Falecido em 1997, o treinador foi tricampeão brasileiro por Inter (1979), Grêmio (1981) e Coritiba (1985). E serviu de inspiração na carreira dos dois. Adilson, sempre que questionado sobre treinadores que seguia, lembra de Ênio. O mesmo acontece com Alexandre, que vê muito do mestre em Adilson Batista.
– Ele bebeu da água do Ênio Andrade. Eu me considero um discípulo de Ênio, ele também é. Tem muita coisa do Ênio. Essa questão do compromisso tático, da profissionalização, do comprometimento com o grupo, com a disciplina – enumera Alexandre Barroso, que promete endurecer o jogo em São Januário.
Na primeira experiência no futebol carioca, ele quer fugir do lugar comum nos confrontos entre pequenos e grandes.
– Existe aqui no Rio uma cultura de que jogar com grandes é ponto perdido. Vamos ter o Vasco agora e o Fluminense como próximo adversário. Dizem que é coisa normal e aceitável perder para os grandes. Mas não vejo assim. Se entra assim já perdeu mesmo. Os três pontos contra o Bonsucesso de ontem (quinta) valem os mesmos três pontos contra o Vasco. Evidentemente que é adversário mais qualificado, de mais tradição, que joga no seu campo e tem jogadores mais qualificados. Vamos entrar com postura e desenho tático diferente, mas vamos entrar para conseguir um bom resultado – disse Alexandre Barroso, que pensa no reencontro com Adilson no campo: “São coisas que a gente leva do futebol, um momento mágico de revê-lo”.
Fonte: Globo.com
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