Nem guerra com grandes e estádios vazios mudam chefe do futebol no Rio

A situação do futebol do Rio de Janeiro não é das melhores neste início de 2014. Um campeonato Estadual cada vez menos prestigiado e estádios vazios, com seguidos recordes negativos de público, contribuem para o cenário cada vez mais complicado e questionado.
 
Somado a isso, a guerra entre três dos principais grandes clubes – Flamengo, Vasco e Fluminense – e Federação se tornou pública na última segunda-feira. Nada disso, porém, é suficiente para mudar o comando do futebol no estado na eleição que ocorrerá nesta terça-feira, a partir das 12h30, na sede da entidade que controla o esporte no Rio de Janeiro.
 
Sem chapa de oposição inscrita para o processo, o atual mandatário, Rubens Lopes, será reeleito para mais quatro anos à frente da Federação que dirige desde 2006. Este será seu terceiro mandato.
 
O único clube grande que mantém bom relacionamento com Lopes é o Botafogo, que, inclusive, chegou a convidar o cartola para chefiar sua delegação durante viagem internacional na Copa Libertadores deste ano.
 
Além do clube de General Severiano, Rubinho conta com o apoio de times menores da capital e do interior, além de ligas amadoras. E é justamente este apoio que irá mantê-lo no poder.
 
A guerra declarada com os outros grandes chamou a atenção do mandatário do futebol carioca, que lembrou a aliança recente de alguns.
 
“Isso nos causa surpresa. O Fluminense sempre manifestou apoio, esteve junto conosco e com o Vasco no final do ano passado… Quando esteve aqui, não para reunião, mas para pedir adiantamento de cotas, sempre atendemos isso. Não sei o que esses clubes estão pretendendo”, disse, em entrevista à Rádio Globo.
 
E ainda que não entenda as cobranças dos clubes que são contra sua reeleição, Rubinho reconhece que a fase não é das melhores. E, diplomático, propõe até um debate com os clubes em guerra.
 
“A Federação concorda e também não está satisfeita com os resultados do atual campeonato. A escassez de talentos, horários inadequados, o preço caro do ingresso e clube dizendo que vai jogar com equipes reservas. Não tenho como estar feliz com um campeonato com essa média de público, mas não é um fenômeno só do Rio de Janeiro. Há uma necessidade de discutirmos isso e estamos aqui para isso. Vamos escutar”, disse o presidente, sem deixar de alfinetar os clubes.
 
“Mas os clubes precisam ter coragem de chegar na TV que detém os direitos [Globo] e cobrar também. Precisam falar dos horários. E quem define o preço altíssimo dos ingressos não é a Federação, mas sim eles”, rebateu Rubens Lopes.
 
Sistema eleitoral questionado
Líder do movimento dos grandes que questiona a reeleição do presidente, o Flamengo não esconde sua insatisfação, que ocorre principalmente pela diminuição das cotas de TV estabelecidas pela entidade – clube da Gávea perdeu mais de R$ 2 milhões em relação a 2013.
 
“Três grandes do RJ (80% da torcida) são contra o candidato, que é único pelo sistema esdrúxulo de votação, e rebate? Ele deveria é ir embora”, desabafou Rafael Strauch, vice-presidente do Fla-Gávea, em uma rede social.
 
E o sistema de votação tão contestado, de fato, não é dos mais simples. E ainda acaba tirando o peso dos votos dos maiores times, que não conseguem ser maioria dos votos. Nem se conseguissem se juntar.
 
Cada time da série A (16 no total) do Campeonato Carioca tem um voto com peso multiplicado por seis. Logo, Flamengo, Fluminense e Vasco somam 18 votos. Os times da série B (17 no total) tem peso quatro, as equipes da série C (23 no total) acumulam peso dois, enquanto ligas amadores (38) e times amadores da capital (16) tem peso um.
 
Fonte: Uol
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