"Sangue vascaíno corre em Israel", diz torcedor em Minas doador de medula

Eduardo doador medula Leopoldina (Foto: Arquivo Pessoal/Eduardo Ladeira)Eduardo Almeida Ladeira tem 36 anos, é natural de Leopoldina e é doador de medula óssea. Vascaíno fanático, ele se emocionou ao ver o ídolo Juninho Pernambucano anunciar a aposentadoria no início deste ano com a camisa da campanha “Vascaíno Sangue Bom”, no dia em que estava no Rio de Janeiro para realizar a doação. A partir daí, decidiu divulgar a sua história o máximo possível, buscando estimular cada vez mais pessoas a realizarem o ato solidário. A consequência do gesto foi longe e atravessou o oceano para ajudar quem precisava bem longe do interior de Minas Gerais.

– É emocionante. Tem sangue vascaíno correndo em Israel – definiu.

A história de amor e solidariedade teve início em 2006, quando Eduardo se cadastrou como doador de medula óssea durante uma campanha na cidade. Sete anos depois, no final de 2013, ele recebeu uma ligação que mudaria não só a sua vida, como a de outra pessoa também. O Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), instalado no Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, o comunicou da possibilidade de ele ser compatível com um morador de Israel.

– Fui orientado a ir até o hemocentro mais próximo e colher uma amostra de sangue para confirmar a compatibilidade. Após a confirmação, fui para o Rio de Janeiro, no início deste ano, onde realizei uma série de exames. Em fevereiro, voltei ao Inca para me preparar para a doação.  É um procedimento simples, só precisamos dedicar um pouco do nosso tempo – contou.

Juninho se despedindo dos companheiros Vasco (Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial do Vasco)

                                   Juninho se despediu do futebol usando camisa que inspirou Eduardo

Quando estava no Rio para realizar a doação, uma coincidência o emocionou. O grande ídolo de Eduardo, o então jogador Juninho Pernambucano, anunciou a aposentadoria vestindo a camisa da campanha “Vascaíno é Sangue Bom – Doe sangue e medula óssea”. Naquele momento, o torcedor se sentiu completamente realizado. 

– Eu estava no Rio de Janeiro, perto do clube que eu amo e doando, além da medula óssea, um pouco da minha “vascainidade” também. Eu estava doando a matriz do meu sangue, fazendo exatamente aquela boa ação descrita na camisa, realizando exatamente o que o Reizinho da Colina pedia como último ato de jogador cruz-maltino. A médica me explicou que seria o meu sangue correndo nas veias de outra pessoa. O mesmo sangue. Me senti feliz. Poder ajudar a salvar uma vida é algo inexplicável, ainda mais uma pessoa do outro lado do mundo. A satisfação de poder ajudar não tem preço. Fui premiado e decidi estimular as pessoas a doarem. Quero que todo mundo possa sentir o que eu senti – destacou. 

Por meio das redes sociais, Eduardo começou a procurar pela campanha do Vasco. Encontrou grupos de discussão e escreveu um depoimento para os demais vascaínos adeptos da campanha. No texto, ele descreveu a ação como “uma loteria onde há sempre vários ganhadores”. 

– Fui buscar através do Vasco ajudar. A minha intenção é levar o esporte para o lado bom. Tem tanta gente que vai aos estádios caçar brigas. Porque não, em vez disso, realizar boas ações? Vamos nos unir e ajudar ao próximo. Não tem preço que pague a gratidão – disse. 

O ato solidário não para de trazer alegrias para Eduardo. Na última semana, o vascaíno recebeu o que considerou seu maior presente: a família do paciente que recebeu a doação escreveu uma carta de agradecimento e enviou ao Redome, que encaminhou para ele em seguida. A mensagem começa com a frase “Aquele que salva uma alma, consta como se estivesse salvando o mundo inteiro” e classifica a ação de Eduardo como um “ato poderoso que traz esperança e retorna a fé no ser humano, na solidariedade, sem as diferenças religiosas, de raça ou gênero”.

– Não consigo explicar a emoção que senti. Eles desejaram tanta coisa boa para mim e para a minha família, que meu coração se encheu de alegria. E é exatamente isso que vale a pena. Essa energia que eles me mandaram não tem nada que pague. São milhões de pessoas no mundo e eu fui o escolhido para ajudar alguém. É uma grande bênção – emocionou-se.

Fonte: GloboEsporte

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