Ao falar de preconceito, Cristóvão lembra pouca "tolerância" no Vasco

 
 
No último domingo, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) lançou uma nova campanha de combate ao racismo, intitulada “Somos iguais”, o assunto foi pauta do “Bem, Amigos!” nesta segunda-feira, quando recebeu o técnico Cristóvão Borges, do Fluminense, e o volante Tinga, do Cruzeiro. O comandante tricolor, um dos poucos técnicos negros hoje no Brasileirão, falou sobre preconceito e as dificuldades que enfrentou ao iniciar a carreira de treinador, vindo da posição de auxiliar técnico, ainda no Vasco, em 2011.
 
– É, no mínimo, uma grande coincidência, porque isso é verdadeiro, somos muitos poucos, então pode ser que exista isso (preconceito). Por exemplo, assumi o Vasco numa condição especial com a saída do Ricardo (Gomes), e fui de assistente a treinador, e para dirigir um clube com tradição. O Vasco tem uma social (em São Januário) e o banco da equipe é próximo. Ali estão os torcedores que mais cobram e exigem. Durante esse período lidei com grande jogadores e ídolos da história do clube e tive que ter atitudes, como substituições. Na época tinha Felipe, Juninho, Diego Souza, Alecsandro, e, a não ser o Fernando Prass, todos eles ficaram no banco em algum momento. Fazia o meu trabalho com convicção, e isso causou insatisfação em alguns momentos. Somos negros e sentimos isso no olhar, no movimento, e o comportamento de alguns. Nesse lugar era uma coisa anormal, e ouvi muita coisa que vinha de encontro a essa minha posição de assistente para treinador, como se fosse um abuso eu tomar certas atitudes, isso deu para perceber – afirmou.
 
Cristóvão técnico Fluminense Bem, Amigos! (Foto: Reprodução SporTV)
 
Cristóvão terminou o Brasileiro de 2011 à frente do Vasco, e deixou o clube em setembro do ano seguinte, após uma sequência de resultados ruins. Já em 2013, ele comandou o Bahia, de maio a dezembro, e em abril deste ano foi contratado pelo Fluminense para substituir Renato Gaúcho. Depois do Vasco, a tolerância aumentou.
 
– Trabalhei no Bahia e agora cheguei no Fluminense e não senti nada disso. Nem no Bahia, onde dirigi o time no campeonato inteiro, mas no Vasco senti isso dessas pessoas, senti um grau de tolerância diferente – afirmou.
 
A divulgação da campanha de combate ao racismo acontecerá na primeira fase das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, assim como nos dois amistosos que a seleção brasileira fará antes da Copa do Mundo, no jogo contra o Panamá, no dia 3 de junho, em Goiânia, e diante da Sérvia, dia 6, em São Paulo.
 
Fonte: GloboEsporte.com
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