Nenê e Vasco: Feitos um para o outro

Ninguém sabe se o Vasco vai conseguir ou não escapara da degola, a tarefa é árdua e não depende só desse valente time. Mas há algo de que eu tenho certeza: ao fim da temporada o Vasco, seja qual for seu destino em 2016, terá muito o que agradecer a Nenê. Seja por se livrar de um rebaixamento que podia ser sentido nas mãos tal a situação caótica quando ele chegou. Seja, na pior das hipóteses, pelo duro golpe da degola não ter ocorrido há muito mais tempo – sem Nenê, dificilmente o Vasco chegaria com chances na última rodada.

O que mais me impressiona em Nenê não é apenas o talento. É diferente, sim, ainda mais num tempo de poucos recursos. A maneira como bate na bola, seja para passar, lançar ou concluir, é de quem é muito íntimo com a redonda. Mas o que o torna imprescindível é a vontade, a disposição em voltar para marcar, a visão de jogo que o faz cortar caminhos, a entrega, rara em um atleta de 34 anos que está com a vida ganha.

Claro, o Vasco também ajudou Nenê. Depois de tantos anos na Europa, e tendo saído do Brasil de um clube de pouca projeção como o São Caetano, a campanha milagrosa que Nenê vem comandando o coloca em um patamar alto neste momento do futebol brasileiro. Isso é o efeito colateral ruim para o Vasco. Fique ou não na Série A, e mesmo tendo contrato com Nenê até o fim do ano que vem, dificilmente o cruzmaltino terá cacife para segurá-lo, ante as propostas que, se não surgiram ainda, surgirão com toda a certeza.

Mas, principalmente se conseguir se manter na elite, o Vasco tem o dever e a obrigação de lutar por sua melhor contratação nos últimos anos. Dos veteranos trazidos aleatoriamente para apagar o incêndio, Rodrigo, Júlio César, Diguinho, Serginho, Andrezinho, Herrera, Dagoberto e Jorge Henrique não valem sacrifícios. Se for preciso abrir mão de todos para ter Nenê, isso vale a pena. Afinal, é cada vez ais claro que Vasco e Nenê foram feitos um para o outro.

Fonte: Blog Entre as Canetas – Globo.com

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