Esperança, gritos de “Nense” e choro: torcida do Vasco sofre em bar no Rio

O dia era decisivo para o Vasco. Então você provavelmente acharia estranho se, no telão de um dos bares mais movimentados em dias de jogos no Rio de Janeiro, estivesse passando o jogo do Fluminense. E seria ainda mais esquisito se não houvesse praticamente nenhum tricolor no local, maioria absoluta de vascaínos. Era o caso neste domingo, no Buxixo, na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro.

O Vasco não precisava apenas vencer o Coritiba para escapar do rebaixamento na última rodada do Brasileirão 2015. Avaí e Figueirense tinham que não vencer suas partidas, contra, respectivamente, o já campeão Corinthians e o rival histórico Fluminense.

Não foi o que aconteceu. O Corinthians até arrancou empate do Avaí, mas o Tricolor não foi páreo para o Figueirense, que saiu vitorioso por 1 a 0. Durante a partida, com os placares ainda abertos, o clima era de tensão de um lado e diversão do outro.

Edson Marques era um dos únicos torcedores do Fluminense no bar. Sentado perto do telão, longe das cruz-maltinos, o tricolor comemorou como nunca o gol que abriu o placar no Orlando Scarpelli. O autor foi Marcão, atacante do time catarinense. De pé, com os punhos erguidos, ele gritava “Boa, Fluzão”, deixando a maioria vascaína no local ressentida.

 

buxixo3 (Foto: João da Mata / GloboEsporte.com)

– Cuidado para não apanhar aí, irmão – disse um deles, baixinho, talvez temendo a estrutura física do torcedor rival.

Os torcedores do Vasco dividiam os olhares entre as televisões, o que só fazia aumentar a ansiedade.

O jogo entre Avaí e Corinthians também era preocupação, o que ficava evidente a cada bolinha que pintava na transmissão, informando gol em outras partidas.

– F…-se o jogo do Santos! – disseram alguns, após Cleberson abrir o placar para o Atlético-PR na Arena da Baixada.

– Devia ser proibido falar de resultados que não tem nada a ver com o Vasco hoje – gritou outro.

No primeiro lance de perigo do Fluminense, quem mais se empolgou foi a torcida do Vasco. Com bom humor, gritavam “Nense, Nense!”, esperançosos com a atuação do rival

Quando o atacante tricolor Magno Alves deu chute perigoso, que passou raspando a trave de Alex Muralha, a reclamação foi imediata:

– P…, Magno Alves – esbravejou um vascaíno.

Não adiantou muito. Sem fazer o dever de casa, o Vasco empatou com o Coritiba por 0 a 0 e ainda viu o Figueirense derrotar o rival. Foi o terceiro rebaixamento do Cruz-Maltino. Além da tristeza pessoal, os torcedores ainda tiveram que aguentar a zoação dos rivais.

E ainda que a vontade fosse de abandonar tudo por alguns dias, esquecer de futebol e só voltar a acompanhar em 2017, o sentimento não podia parar. E não parou. Com sorrisos e lágrimas, a torcida cantou com orgulho o hino após o apito fina

Fonte: GloboEsporte.com

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