Com o valor de patrocínios menor, a saída em 2016 é reconquistar o torcedor

Dificuldade para contratar jogadores de peso, chacota dos rivais e até ressaca moral. Algumas consequências do rebaixamento não são difíceis de se calcular. Mas, em termos financeiros, a extensão do impacto divide opiniões. Especialistas ouvidos pelo Jogo Extra divergem na análise do momento do Vasco. Em comum, a opinião de que o caminho é fazer o torcedor abraçar o clube.

A marca do clube é a primeira a ser atingida. Para o consultor Amir Somoggi, o Vasco deve sofrer em 2016 para arrecadar recursos:

— Diminui o preço do ingresso, dificilmente você vai ter um ídolo no time, a venda de produtos licenciados cai, a audiência na mídia diminui, você perde patrocinadores… Precisa começar do zero.
Como a cota de TV não é reduzida no primeiro ano na Série B, a maior dificuldade é na negociação com patrocinadores. Os jogos da Série B são em dias menos atraentes. Mas o apelo emocional inerente à situação pode reverter o cenário desfavorável.

— Ser rebaixado é incômodo. Isso é fato. Os (valores de) patrocínios realmente são menores, porque a visibilidade na mídia é menor. Mas tudo depende de como o clube lida com essa situação — afirma Fábio Wolff, da Wolff Sports & Marketing. — Veja o exemplo do Corinthians. Ele veio com o slogan do “Nunca vou te abandonar”. Vendeu uma quantidade de camisa absurda e encheu estádios.

Experiência é o que não falta ao Vasco, que já passou por esta situação em outras duas ocasiões. Na primeira delas, em 2009, contratou um jogador com status de ídolo (Carlos Alberto) e lançou o projeto de sócio-torcedor. Na segunda, em 2014, acertou patrocínio com a Caixa Econômica Federal.

— O Vasco tem tradição e torcida sólidas. Cair nunca é bom, mas os impactos para ele são menores — avaliou Pedro Trengrouse, coordenador do curso FIFA/FGV.

Temporada marcada por erros

No futebol, a diretoria agora definirá o caminho a ser traçado. Ao menos, o que não deve ser feito já é conhecido. Marcado pelos mandos e desmandos do presidente Eurico Miranda, e, principalmente, pelas contratações equivocadas, 2015 é um exemplo do que deve ser evitado.

O Vasco foi o clube que mais contratou no país neste ano. Foram 30 reforços, numa mostra de como gastar dinheiro da forma errada pode ser prejudicial.

Alguns dos jogadores contratados sequer pertencem mais ao plantel. O caso mais emblemático é o de Gilberto, artilheiro do Estadual e reserva no Brasileiro. Insatisfeito com o banco, o atacante pediu para deixar São januário e voltar para o Toronto FC, clube que detinha seus direitos. Mesmo destino tiveram Dagoberto, que chegou ao clube com destaque de maior reforço do ano; e o meia Marcinho, entre outros.

Os erros se estendem ao comando. Se Doriva deixou o clube com um título estadual, Celso Roth foi embora deixando a sensação de que nunca deveria ter chegado. O treinador perdeu o comando da equipe devido a sua falta de trato com os jogadores e as constantes mudanças no esquema. Entre a comissão técnica, ganhou fama de arrogante. Por orgulho, Eurico demorou a demiti-lo.

Fonte: EXTRA

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