Crises políticas, econômicas e de relacionamento marcam rebaixamentos do Vasco

A caravela persiste, mas não consegue fugir da tormenta. Num clube com o passado marcado por façanhas nacionais e internacionais, como as conquistas do Expresso da Vitória, nos anos 1940; e o título da Libertadores, em 1998; as quedas para a Série B, comuns nos últimos sete anos, viraram manchas na história.

Para o torcedor, ver o time rebaixado já não é uma novidade. Quando a primeira queda ocorreu, em 2008, o clube tentava se reerguer após um ano marcado por disputas políticas e uma conturbada eleição que tirou Eurico Miranda do poder.

Os maiores reflexos do caos foram sentidos justamente no futebol. A equipe, aquém do que a tradição do Vasco merecia, não resistiu às suas fraquezas e sucumbiu. A queda foi sacramentada na derrota para o Vitória, em São Januário, por 2 a 0.

Presente em campo naquele dia, o ex-zagueiro Odvan lembra de outro fator que atrapalhou o time. Segundo ele, o técnico Tita barrou atletas que poderiam evitar uma campanha tão ruim. Tudo isso em nome da vaidade.

– Tinha jogadores que poderiam evitar aquela situação. Mas não deixavam eles jogarem direito. Eu mesmo deixei de jogar algumas partidas mesmo estando bem. A pessoa que estava comandando do time tinha “birrinha” – queixou-se o ex-jogador, deixando claro que o relacionamento entre os atletas e a comissão técnica não era bom (o então treinador Tita se demitiu no meio da competição, antes do fim do Brasileiro e disparou críticas contra o elenco).

Barbárie marca segundo rebaixamento

Cinco anos após a primeira queda, o filme de horror teve uma continuação. Já não havia mais crise de relacionamento, mas, em compensação, a insatisfação com atrasos de salários, e o isolamento político do então presidente Roberto Dinamite deram o tom de uma campanha que chegou ao fim em um dia negro.

A queda foi concretizada na Arena Joinville, em um jogo marcado pela briga generalizada entre torcedores. No placar, outra tragédia: Atlético-PR 5 x 1 Vasco.

– Não gosto nem de lembrar disso. Rebaixar um clube grande é muito triste. O sentimento é exatamente o oposto de quando você é campeão. Não gostaria que o Vasco estivesse passando por isso de novo – lamentou o zagueiro Renato Silva, titular da equipe em 2013.

A queda atual fecha a trilogia com detalhes de crueladade. Esta foi a pior de todas as campanhas. Na primeira, o Vasco frequentou a zona do rebaixamento por 14 rodadas. Na segunda, o número subiu para 17. Desta vez, o time entrou no Z-4 na quarta rodada. De lá, não saiu.

Fonte: EXTRA

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