É difícil, mas às vezes é possível cair para cima. Jorginho foi rebaixado com o Vasco para a Série B, mas não saiu chamuscado. Pelo contrário, com moral, o treinador acertou a permanência em São Januário e poderá montar o elenco a sua maneira, um dos fatores que o levaram a aceitar o desafio de levar o time de volta à Primeira Divisão.
Como você está, dois dias depois do rebaixamento?
Ainda tem um pouco da frustração, da tristeza por ter feito tudo para tentar evitar a queda, mas não ter conseguido. O Vasco merecia ficar na Primeira Divisão. Ao mesmo tempo, começo a pensar em outra realidade, de retomada de um trabalho, começo a pensar nos desafios que teremos na pré-temporada, no caminho para levarmos o Vasco de volta à Série A.
Já iniciou as conversas com a diretoria a respeito do elenco?
Zinho (auxiliar técnico) e eu já vínhamos conversando e agora estamos tratando do assunto com a diretoria. Dos titulares, vamos tentar manter o Serginho, o contrato dele está terminando e é importante para nós contarmos com ele. Estamos avaliando bem em quais posições precisaremos de reforços, sempre ao lado da diretoria. Sabemos que muitos jogadores que estão com contrato no fim deixarão o clube, isso é normal, e outros vão chegar. Teremos a pré-temporada em Pinheiral (RJ), isso já tinha sido acertado antes de decidirmos pela permanência
O que pesou para você aceitar ficar no Vasco na Série B?
Tudo que fizemos teve a sustentação do presidente (Eurico Miranda), o apoio que ele nos deu desde o início foi importante. Ele tem uma maneira especial de tratar, fala olhando nos olhos. É claro que futebol é resultado, mas ele reconhece um bom trabalho, dá respaldo para você trabalhar, foi assim com os que me antecederam. Além disso, tem o bom trabalho que fizemos com o tempo que tivemos, a maneira como a equipe terminou o ano, isso tudo nos motiva a acreditar que 2016 pode ser um bom ano.
Dá para a torcida esperar um Vasco melhor, mesmo na Segunda Divisão?
Acredito que seremos mais fortes, vou ter a chance de montar o elenco. No Vasco, cheguei com os jogadores todos lá. Tive um intervalo de dez dias para trabalhar, mas foi tudo dentro daquela pressão muito grande, em que precisávamos muito dos resultados. Agora será diferente, começaremos sem esse peso. Vamos manter a base, muitos jogadores pediram para eu ficar. Isso é bom para o treinador.
Já teve a chance de tentar convencer Nenê a ficar?
Não conversei com ele depois da partida de domingo, mas vinha conversando com ele antes, antes mesmo de saber se eu ficaria no clube. Sempre disse para ele que ficasse no Vasco, que ele era importante para o clube. Todo mundo dizia. E o jogador é capaz de saber também. Espero contar com ele, é um grande jogador que temos.
Quais posições você vê como mais carentes?
Isso vai depender muito de quem sair, de quais jogadores teremos à disposição. Alguns jogadores da base vão subir e teremos de ver em que nível estão. De qualquer forma, isso vamos tratar mais diretamente com a diretoria. Sei que teremos condição de fazer um bom trabalho.
Fonte: EXTRA