Jorginho recorda Vasco “destroçado” e plano ousado para a última rodada

Ao assumir o Vasco, o técnico Jorginho estava ciente do desafio que tinha pela frente para livrar a equipe do rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Se não conseguiu evitar o descenso, o treinador ao menos chegou perto e foi capaz de dar nova cara a um elenco desmotivado. Em entrevista ao “Seleção SporTV”, Jorginho relembrou o processo de mudanças no time de São Januário, passando por novo esquema tático, incentivo a jogadores desacreditados e até mesmo a chance de escalar um zagueiro como atacante no duelo derradeiro diante do Coritiba.

Jorginho recorda que a equipe estava “destroçada” quando chegou ao Vasco, em agosto. Ele viu o time na zona de rebaixamento, então com 13 pontos, sem saber o que era uma vitória há nove rodadas no Brasileirão.

– Estava bem destroçado. O vestiário estava ruim, o ambiente estava ruim. Não conseguiam, por uma falta de confiança. Eu seria injusto falar do período do Doriva, porque ele foi campeão carioca, do período do Celso, que já pegou a coisa também andando. Quando você não tem jogadores confiantes, a coisa não acontece.

Jorginho acabou amargando quatro derrotas seguidas após sua estreia, entre elas uma goleada de 6 a 0 diante do Internacional. Mas o treinador manteve a fé e conseguiu embalar a equipe em nove rodadas sem perder a partir da vitória por 1 a 0 sobre a Ponte Preta, no Moisés Lucarelli.

– Estava um pouco burocrática, com todo respeito aos nossos atletas. Pega aqui e entrega ali. Não tinha uma criatividade. Sem confiança, faz a coisa mais simples. A gente precisava de um jogo mais vertical, mais intenso. A coisa foi correndo muito legal. O Diguinho entrou muito bem. Tem distribuição muito bola, ele realmente não erra passe. Eu dizia “não me saia do meio”. Deixa isso para Andrezinho e Serginho, que voltou e fez realmente cinco, seis partidas fantásticas.

Jorginho recordou também como manteve a aposta em jogadores criticados pela torcida, como o colombiano Riascos.

– Tínhamos 43 jogadores e precisávamos de todos eles, literalmente, porque não tínhamos um grupo de extrema qualidade. Todos, em algum momento, poderiam ser usados. Lembro do Riascos, que eu olhei no olho dele, e falei “eu não vou desistir de você, a torcida já desistiu, mas eu não vou desistir”. Graças a Deus a nossa comissão técnica conseguiu recuperar o Riascos e é um jogador que vai permanecer.

O Vasco chegou à última rodada precisando de uma combinação difícil de resultados para se livrar do rebaixamento. Dependia de uma vitória diante do Coritiba, no Couto Pereira, e ainda contar com derrotas e Avaí e Figueirense – o Figueira venceu o Fluminense por 1 a 0 e decretou o descenso vascaíno. Jorginho recorda que quase escalou o zagueiro Rafael Vaz como atacante no confronto com o Coxa.

– Quase fiz uma doideira, aos olhos de todo mundo poderia ter sido uma doideira. Quase coloquei o Rafael Vaz de atacante nesse último jogo. Ele é um jogador que é impressionante a qualidade para fazer um gol. No último jogo, eu pensei muito em colocá-lo, mas se eu fizer vão dizer que é loucura. Tirar um atacante para colocar um segundo atacante. Quando a gente conhece o potencial que você tem na mão, a gente pode trabalhar de uma forma diferente.
Jogou como volante, mas nas nossas peladas é um jogador que mete gol o tempo todo.

Jorginho teve o melhor desempenho entre os técnicos que comandaram o Vasco no Brasileirão, com 28 pontos conquistados em 18 jogos – aproveitamento de 52%. Doriva, em oito duelos, pontuou apenas três, enquanto Celso Roth chegou a 10 em 12 partidas.

Fonte: GE – Seleção SPORTV

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