Além de marcar a estreia Ramon, partida pode oficializar a eliminação precoce no estadual.

Após quase 100 dias de fazer seu último jogo a derrota por 2 a 0 para o Fluminense em 15 de março, o Vasco da Gama voltará ao futebol bem diferente. Caras novas no comando do departamento de futebol, mudanças na comissão técnica, “reforços” nem tão novos assim e uma baixa que pode atenuar um velho problema, os salários atrasados.

A partida contra o Macaé, neste domingo, em São Januário, pela quarta rodada da Taça Rio, encerrará a suspensão de jogos por conta da pandemia do novo coronavírus. Além de marcar a estreia do técnico Ramon Menezes, pode oficializar a eliminação precoce da equipe no Carioca.

Apesar da chance de ser eliminado no domingo, em caso de vitória do Madureira sobre o Resende, a expectativa é de um recomeço. O início de temporada com Abel Braga foi muito ruim e refletiu, principalmente, no péssimo desempenho no Carioca. Agora, com caras novas fora de campo e alguns velhos conhecidos à disposição, o clube vislumbra uma retomada.

“Nosso time está no caminho certo. Estou muito confiante nessa volta. Acredito que vamos fazer um grande ano. Só depende de nós” disse Leandro Castan.

As primeiras novidades se deram em março, quando Abel pediu o chapéu. Duas semanas depois, o então auxiliar permanente Ramon Menezes assume.

O anúncio de Ramon veio acompanhado de outra novidade com história em São Januário: Antônio Lopes voltava ao clube após quase duas décadas, mas em nova função: coordenador técnico.

Some-se a isso outra figura com lastro no clube: no mesmo março, José Luis Moreira assumiu a vice-presidência de futebol, que estava vaga desde maio de 2018.

Léo Cupertino e Thiago Kosloski foram as caras novas de fato que chegaram. O primeiro assumiu a preparação física, antes ocupada por Flávio de Oliveira. O outro substituiu o próprio Ramon como auxiliar permanente. Carlos Germano, que já integrava a comissão, voltou a ser o titular da preparação de goleiros.

Com o isolamento social definido, o departamento médico enviou uma cartilha aos jogadores. Uns trabalharam por conta própria, outros acompanhados de personal trainer.

Leandro Castan foi um dos que mais postou imagens de seus trabalhos e fez diversas atividades ao lado do companheiro Fellipe Bastos. Foi assim nas duas primeiras semanas. No início de abril, sem qualquer previsão sobre a volta do futebol, o elenco ganhou um mês de férias antecipadas.

A volta aos treinos ocorreu em maio, com todos em suas respectivas casas. Foi um novo período de home training, desta vez mais organizado e monitorado diariamente pela comissão técnica.Antes carta fora do baralho, o meia Bruno César foi reincorporado ao elenco profissional. Ele entrou em acordo com o clube, reduziu o salário em R$ 100 mil e renovou até 2022. Passou a ser opção para Ramon. O surpreendente reaproveitamento do meia de 31 anos foi precedido de elogios de treinador e de Antônio Lopes. O último tratou Bruno como jogador de características únicas no grupo.

Outro reforço foi a recuperação integral de Talles Magno. Se a fratura do quinto metatarso do pé esquerdo havia comprometido o semestre da joia, o lado positivo da terrível pandemia foi o período certo para que se recuperasse a tempo de enfrentar o Macaé no domingo.

Outro reforço caseiro é Martín Benitez. Contratado por empréstimo junto ao Independiente, em fevereiro, o argentino demorou a estrear por conta de uma lesão e jogou apenas por alguns minutos antes da paralisação. Em forma, junto com os demais, a expectativa é que enfim ele possa mostrar seu futebol.

Com a expectativa de inaugurar o Nosso CT para julho, o Vasco aproveitou para entregar o CT do Almirante, alugado ao empresário Evandro Ferreira, pai do atleta Evander. A devolução gerou economia aos cofres vascaínos, e o clube montou uma estrutura para treinos em São Januário. A volta aos trabalhos no estádio deu-se a partir de 2 de junho.

Um dia antes da reapresentação, o chefe do departamento médico do Vasco, Marcos Teixeira, anunciou no canal oficial do clube que 19 atletas foram infectados pela Covid-19 e que, àquela altura, três já estavam imunes. 16 atletas com vírus não participaram da primeira semana de treinos. 14 deles retornaram na semana seguinte. Hoje, o clube não tem nenhum jogador infectado, de acordo com os últimos exames.

De olho em sua estreia à frente do Vasco, Ramon promoveu a entrada de várias caras novas no time durante a semana que antecedeu o jogo. Sem Werley, fazendo reforço na academia, Ricardo Graça reassumiu a vaga de titular. Fellipe Bastos, que ainda não jogou em 2020, foi testado no lugar de Raul. Sem Guarín, que está voltando da Colômbia, onde foi resolver problemas pessoais, abriu-se uma brecha para Bruno César, também testado na semana.

Outra mudança promovida por Ramon deu-se de maneira forçada. Uma das promessas do clube, o atacante Marrony foi vendido por R$ 16,4 milhões ao Atlético-MG. O favorito a assumir a vaga é o meia-atacante Benítez. O ponta Vinícius corre por fora.

Mais do que mexer no time, a transação traz a esperança de que os constantes atrasos de salários sejam atenuados. Nesta sexta, a direção depositou o salário de fevereiro dos jogadores, e há a expectativa que março seja quitado em breve. E os atletas que têm direito ao contrato de imagem não recebem desde setembro. Os funcionários receberam as pendências de janeiro, fevereiro e março. Ainda há atrasos, mas a situação melhorou um pouco com a negociação.

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