CEO Corporativo do Vasco, Luiz Mello fala sobre sua chegada ao clube, foca em aumento de receitas e exalta a torcida

Na última terça-feira, o presidente eleito do Vasco, Jorge Salgado, anunciou seu novo CEO Corporativo. Trata-se do executivo Luiz Mello, ex-presidente da APFUT (Autoridade Pública de Governança do Futebol), órgão criado em 2016 pelo governo Temer para fiscalizar o futebol.

Ao fazê-lo, Salgado afirmou que Luiz foi contratado para “a coordenação e integração dos departamentos do clube, o acompanhamento da execução orçamentária e cumprimento de metas, sempre com objetivo de agregar eficiência, otimizar custos e garantir a qualidade dos serviços”.

Em contato com o ge, Luiz Mello acredita que sua experiência pode ajudá-lo a contribuir especialmente no aspecto da governança e no crescimento do faturamento do Vasco. Para obter mais dinheiro com a marca do clube, vislumbra um ponto que o impressionou: a força da torcida vascaína.

– Na parte de governança do clube, que é um dos pilares do Salgado, acho que posso contribuir muito pelo cargo que desenvolvi na APFUT. Na questão do marketing, com um possível aumento de receita do Vasco. O Vasco é um gigante, tem uma das torcidas mais apaixonadas, senão a mais apaixonada do Brasil. Tem uma das torcidas mais engajadas.

– É impressionante o senso de pertencimento que a torcida tem com o clube, isso é uma das coisas que mais me deixou feliz ao vir para cá. Tudo é o “nosso estádio”, “o nosso CT”. Isso é a grandeza do clube. Fico muito impactado com o engajamento, e esse é um dos principais fatores que me fizeram vir.

Com mais de 20 anos no mercado corporativo, Luiz é advogado e tem MBA em Gestão Esportiva e Master em Administração, títulos obtidos em Barcelona, na Espanha. Trabalhou também na Golden Goal e Ernst & Young, além de ter atuado como diretor de marketing do Mundial Sub-17 do Brasil, realizado em 2019, no Espírito Santo e no Distrito Federal.

Ele, aliás, já havia sido cotado para o cargo de CEO no início do ano passado e recebeu um convite de Alexandre Campello, mas entendeu que não era o momento. Será sua primeira experiência em clubes de futebol.

– Em virtude de compromissos profissionais, preferi não aceitar naquele momento, mas sabendo da grandeza do Vasco e do desafio. Dessa vez quando o Salgado me procurou, eu achei que seria bom para mim e para o clube.

Contratado nesta semana, Luiz já iniciou conversas com os setores financeiro, de patrimônio histórico, responsabilidade social, marketing e recursos humanos. Ainda não bateu papo com o departamento de futebol, mas o fará nos próximos dias.

Confira outros tópicos da conversa com o novo CEO do Vasco:

Qual o tamanho desse desafio?

– É algo muito desafiador, mas ao mesmo tempo estimulante, porque vejo o Vasco com muito potencial para crescimento. Conto não só com a equipe que está entrando, mas também com os atuais colaboradores e principalmente a torcida para colocar o Vasco no seu devido lugar. Feliz com esse desafio e por ter sido escolhido pelo presidente Jorge Salgado. Chegamos à conclusão que seria boa oportunidade e que seria um bom casamento.

Já definiram quantos profissionais contratarão para os cargos executivos?

– Estamos num processo de transição ainda, tentando entender os ativos que o clube possui para realizarmos os diagnósticos por área. Após esta analises, vamos verificar às necessidades e selecionar os melhores profissionais para o Vasco.

Elogios à transição de governos

– A transição entre o Campello e o Salgado tem sido muito positiva. A gente tem falado com todas as áreas e vice-presidências. A gente coloca na mesma mesa os VPs que vão entrar para entender os processos com quem está lá no momento. Isso tem sido muito bom para o clube. A gente já pode aplicar mudanças concretas. A transição da forma que está sendo feito é boa para o clube, que sai mais fortalecido.

Elogios à história vascaína

– Estive no Centro de Memória hoje (quarta-feira) e só tive a certeza do quanto se aplica a questão de o Vasco ter a história mais bonita do Brasil. Não é só antirracista, é também contra a discriminação. No Campeonato Metropolitano de 1924, o Vasco redigiu o que ficou conhecido como Resposta Histórica, pois se recusou a participar da competição porque a federação queria impedir a participação de 12 atletas. Por quê? Porque um era chofer, por exemplo. Isso só reforça a história mais bonita do futebol brasileiro.

Como encara essa ênfase dos clubes na profissionalização do futebol?

– Muito positiva para o futebol brasileiro como um todo. Se analisarmos, todos os presidentes têm tratado disso. O Salgado, os novos presidentes de Inter e Corinthians, por exemplo, falaram em profissionalização, redução de dívidas, de política pés no chão e em arrecadar mais do que gastar. Essa é a tônica. A gente vê ferramentas de governança de fora aplicadas aqui agora, como licenciamento e afins. Na Europa, isso é fato há mais de 10 anos.

Fonte: ge

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