Zagueiro Dedé rescinde contrato com o Cruzeiro e aguarda propostas

Depois de quase nove anos, Dedé não está mais vinculado ao Cruzeiro. O zagueiro, de 32 anos, conseguiu a rescisão com uma liminar na Justiça, em função de atrasos salariais, e ficará livre no mercado para ser registrado por qualquer outro clube, tão logo a rescisão com a Raposa seja confirmada no BID. Mas qual será o destino do zagueiro, cobiçados por diversos clubes em um passado não tão distante?

Dedé não entra em campo desde 19 de outubro de 2019, quando deixou o campo contra o Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro, por conta de lesão no joelho. Cinco meses depois, passou por cirurgia no local. Já trabalha com bola, no Rio, mas ainda com atividades leves, aliando aprimoramento técnico ao reforço muscular. E essa situação faz com que o zagueiro não tenha pressa em definir o destino.

Procurado, um dos representantes de Dedé, Giuliano Aranda – conhecido como Magrão –, comentou sobre a vitória do jogador na Justiça. Ele disse que o foco do zagueiro de 32 é conseguir se recuperar, no momento, mesmo tendo consultas de alguns clubes no decorrer de 2020.

– Essa liminar é um fato, não é um tema de interpretação, é um fato. Depois do período de lesão, está recuperando, focando na recuperação. É um atleta de alto nível. Tivemos consultas, há algum tempo. Dedé está mirando de recuperar.

Além de dívidas com o zagueiro, que motivaram a rescisão na Justiça, o agente confirmou que o clube também tem débitos com ele. Giuliano tenta ainda resolver a situação com o Cruzeiro, mas sem descartar a possibilidade de acionar a Raposa na Justiça. O ge procurou a assessoria do clube, que não respondeu ao contato.

– Também tem (débitos). Nós também somos credores. A gente já tentou bastante conversar, mas infelizmente não deu. O momento é difícil para o Cruzeiro. Nós sabemos. Mas, com certeza, iremos buscar os nossos direitos. Não podemos abrir mão.

Os débitos do Cruzeiro com Magrão

Segundo relatório da Kroll, a M9 Sports Ltda, empresa de Magrão, assinou um contrato com o Cruzeiro em 2013 (quando Dedé foi comprado pela Raposa) pelo serviço de intermediação da contratação. Na ocasião, em contrato assinado pelo agente e o Cruzeiro, foi acertado o pagamento de R$ 2 milhões em duas parcelas:

R$ 500 mil até 48 horas depois da publicação no BID;
Dez parcelas mensais de R$ 150 mil a partir de agosto de 2013;

Em abril de 2015, Cruzeiro e a M9 repactuaram o débito de R$ 750 mil, de valores remanescentes do primeiro acordo. A quantia seria paga em oito parcelas de R$ 93.750, com vencimento nos dias 20 de cada mês, entre maio e dezembro de 2015.

De acordo com a Kroll, em dezembro de 2016, em contrato assinado pela M9 Sports e o Cruzeiro, o clube pagaria R$ 650 mil à empresa por ter auxiliado no contrato de renovação. O valor seria pago da seguinte forma:

8 parcelas de R$ 30 mil entre maio e dezembro de 2017 (totalizando R$ 240 mil);
12 parcelas de R$ 34.167 entre janeiro e dezembro de 2018 (totalizando R$ 410 mil);

A Kroll identificou os oitos lançamentos contábeis de R$ 30 mil, além de seis das 12 parcelas superiores a R$ 34 mil, faltando, ainda, R$ R$ 205 a mil serem pagos pelo acordo.

Em abril de 2018, as partes assinaram um “Termo de Ajuste de Pagamento de Comissão”, com a M9 tendo direito a mais 12 parcelas mensais de R$ 34.166,66, entre janeiro e dezembro de 2019. A Kroll identificou o lançamento de apenas duas dessas parcelas.

Só que em agosto de 2018, segundo o relatório da Kroll, o Cruzeiro assinou mais um acordo com a empresa de Giuliano Aranda. Nela, pela renovação do contrato de Dedé até o fim deste ano, o clube mineiro se comprometia a pagar R$ 150 mil mensais (totalizando R$ 1,8 milhão), entre outubro de 2018 e outubro de 2019, como comissão. Foram emitidas quatro notas fiscais desse acordo. As demais não foram encontradas.

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