Análise de Caldense 1 x 1 Vasco

O mais importante era garantir a classificação, e o Vasco alcançou o objetivo. Agora, a maneira pela qual a equipe de Marcelo Cabo avançou à segunda fase da Copa do Brasil revelou um time com poucas virtudes, muitas dúvidas e uma certeza inquestionável: há a necessidade de reforçá-lo para 2021 não ser mais um ano de sofrimento.

No empate por 1 a 1 com a Caldense, uma equipe bem montada por Marcus Grippi e que a despeito de disputar a Série D faz um bom Mineiro, com vitórias sobre Cruzeiro e América-MG, o Vasco oscilou. Se no primeiro tempo ocupou o campo adversário, marcou pressão e tentou jogar, na etapa final deixou generosos espaços, atacou na base da bola longa e sofreu pressão. A disparidade foi tamanha (27 a 6 em finalizações para a Caldense) que quase resultou em precoce eliminação.

Ter uma atuação com altos e baixos é perfeitamente normal em um contexto de começo de temporada (11 dias de trabalho de Cabo), jogadores ainda recuperando a forma física (Léo Matos, Leandro Castan e Cano ficaram no banco) e de reformulação do elenco (12 saídas e três chegadas). Mas preocupa, afinal o momento do clube exige mais acertos do que erros. E, neste sentido, o futebol e o elenco apresentados no primeiro teste são insuficientes para assegurar um tranquilo retorno à elite do Brasileirão.

Pela primeira vez, Zeca, Ernando e Marquinhos Gabriel, os três reforços anunciados, atuaram juntos. Estiveram no grupo dos atletas que melhor atuaram. Ernando é um zagueiro que faz o simples, e o fez bem. Zeca, visivelmente abaixo fisicamente, compensou com a experiência e não comprometeu. Crescerá ofensivamente.

Marquinhos Gabriel fez o gol, teve alguns lances de efeito e manteve a dúvida: é uma aposta que pode dar certo (já mostrou ter qualidade), mas será que funcionará na medida em que teve rendimento abaixo do que pode nos últimos anos?

Nesta reformulação iniciada após o quarto rebaixamento para a Série B, Leandro Castan pode ser peça importante, por exemplo. O experiente zagueiro tem qualidade e pode ajudar um elenco muito jovem – a renegociação financeira está em curso e há boas chances de acerto. Mesmo que o atacante Morato esteja perto de ser confirmado, o Vasco precisa – e sabe que precisa – de mais.

Lucão é um bom valor, mas aparenta insegurança em alguns lances de cruzamento. Algo normal a quem tem 20 anos. Goleiro, portanto, é uma busca vascaína até porque Fernando Miguel saiu. Andrey e Bruno Gomes sabem jogar, mas mantiveram a rotina de abusar de errar passes em saídas de bola. Precisam ainda melhorar no posicionamento defensivo, o que reforça algo já sabido em São Januário: é fundamental achar um volante que alie boa marcação a saber/conseguir jogar

Marquinhos Gabriel não pode ser o único meia. Assim como Cano precisa de um reserva mais qualificado, e Cabo de mais opções pelo lado. Morato é uma delas, mas não pode parar por aí. Gabriel Pec mantém a evolução, Talles não sai da má fase e Vinícius não consegue colaborar. Goleiro, volante e atacantes são peças fundamentais a serem agregadas ao elenco, portanto.

Neste segundo jogo sob comando de Cabo, o 4-2-3-1 ficou mais nítido. Houve tentativa de valorizar a posse de bola, de sair jogando pelos lados e ser propositivo, algo que quase nunca ocorreu no ano passado. Mas as dúvidas surgiram, especialmente no segundo tempo: Andrey e Bruno Gomes terão condições de suportar embates com mais imposição física? Só Marquinhos Gabriel será capaz de abastecer o centroavante?

Pec até conseguiu infiltrar pelo meio algumas vezes, uma necessidade do esquema, mas Talles continuou em má fase. Aliás, Cabo poderia tê-lo substituído, deixando Pec mais tempo em campo. MT foi, maus uma vez, uma boa figura ao ser improvisado na lateral pela esquerda. Carece de melhor marcação, mas começa a se soltar e a criar ações ofensivas. É um grato acerto. Enfim, o Vasco passou no primeiro teste, mas precisa melhorar muito para ser aprovado ao final do ano.

Fonte: ge

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