Nelson Rocha, VP do Vasco na gestão Dinamite, deve ser o novo Secretário Estadual de Fazenda do RJ

Na primeira semana como governador do Rio, Cláudio Castro avança na reforma do seu secretariado. Como O GLOBO publicou no último sábado, a dança das cadeiras deve afetar até sete pastas, e o primeiro a deixar o cargo será Guilherme Mercês. No lugar dele, a Secretaria da Fazenda será ocupada por Nelson Rocha, que já comandou a pasta durante o governo de Benedita da Silva (PT), conforme relataram fontes próximas ao governo. Na Saúde, o escolhido será Alexandre Chieppe, médico que atualmente trabalha na Subsecretaria de Vigilância em Saúde. Por outro lado, o secretário de Governo, André Lazaroni — cuja saída era dada como certa — ganhou sobrevida após o encontro de Castro com o presidente da Alerj, André Ceciliano.

Além de ter sido secretário da Fazenda em 2002, Nelson Rocha foi vice-presidente geral do Vasco da Gama durante a gestão de Roberto Dinamite e vice-presidente da Superintendência de Desportos do Rio (Suderj). A indicação dele partiu do economista Henrique Belúcio, que fora convidado por Castro para assumir a Fazenda, mas declinou.

Formado em Ciências Contábeis na Unigranrio, com pós-graduação na FGV, Rocha também foi diretor financeiro da Companhia de Eletricidade do Rio (atual Ampla), diretor financeiro da Lightpar (subsidiária da Eletrobrás), e presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Rio (CRC–RJ) e do Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas em Finanças e Administração Pública (IBFAP). Em 1995, foi um dos responsáveis pela modelagem e organização do Programa de Reforma do Estado do Rio, incluindo o Programa de Desestatização do Estado.

Procurado, Nelson Rocha não respondeu à reportagem. O atual secretário, Guilherme Mercês, é visto como “um resquício da gestão Witzel” e a indicação dele teria partido, na época, de Lucas Tristão, ex-secretário e braço direito de Witzel, e investigado na ação que apura desvios nos contratos de saúde do estado. Apesar de avaliar Mercês como um “bom técnico”, Castro prefere alguém de sua confiança no posto.

Um bombeiro à frente da Saúde

Já Alexandre Chieppe disse ainda não ter recebido um “convite formal” para comandar a Secretaria de Saúde, mas não negou a possibilidade. A provável nomeação foi publicada na manhã desta terça na coluna de Berenice Seara, no EXTRA. Há 21 anos na SES, Chieppe atualmente é “médico da Subsecretaria de Vigilância em Saúde”. A indicação do nome teria vindo do PP. O partido, representado pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), é um dos que mantém melhor relacionamento com o governador — que, aliás, conta com o apoio da legenda nas eleições do ano que vem. A pasta da Saúde, em meio à pandemia da Covid-19, selaria essa dobradinha. O deputado federal Dr Luizinho (PP) teria referendado o nome de Chieppe.

Chieppe só não ocupa o cargo de subsecretário hoje por causa de seu vínculo com a MedLevensohn, empresa especializada em produtos de saúde. Mas, caso seja alçado a secretário – o que significaria ser o quinto titular da pasta no estado desde o início da pandemia – precisará desfazer o seu vínculo com a empresa.

— Se ocupar será automaticamente suspenso ( o vínculo). Poderia haver conflito. Eu era somente um consultor, mas mesmo assim preferi não assumir nenhum cargo público. Achei mais ético. — explicou Chieppe, que disse não ter ainda “nada oficial”. — Nenhum convite formal. Esta bola está com o Governador, é tudo muito novo. Se acontecer, tenho que conversar com a família. Não existe no mundo mulher mais braba que a minha.

No mês passado, Castro e o atual secretário da Saúde Carlos Alberto Chaves chegaram a ter um desentendimento público em função da criação de um comitê de especialistas, com nomeação de médicos que defendem tratamento precoce contra Covid-19 com medicamentos que são ineficazes, segundo comprovações científicas. Na ocasião, Chaves afirmou que desconhecia o comitê, mas foi desmentido pelo governador.

Lazaroni ganha sobrevida

Ocupante da Secretaria Estadual de Governo desde novembro do ano passado, André Lazaroni era um nome dado como “carta fora do baralho” até a última quinta-feira (29). Mas, ele ganhou sobrevida no governo por aquilo que Castro entendeu como uma “prova de lealdade”. Em meio ao embate entre o governador e Ceciliano pela concessão da Cedae, Lazaroni ligou para parlamentares e tentou persuadi-los a votar conforme os interesses governistas — contrariando o seu padrinho político, Ceciliano.

Nesta segunda, durante o encontro que selou a paz entre Ceciliano e Castro, o nome de Lazaroni teria sido mencionado e Castro disse aos presentes que ele seria mantido no posto.

— Foi muito muito firme (ao lado de Castro) — opinou um deputado, que, por outro lado, citou a influência das eleições de 2022 no tabuleiro. — Lazaroni é muito importante para o primeiro escalão, mas eu acho que ele deveria ir para outra secretaria, até para preservá-lo. A pressão da base vai ser forte pois ele é candidato a deputado estadual, isso tem pesado.

Procurado, o Governo ainda não se manifestou em relação aos nomes.

Fonte: O Globo Online

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