Germán Cano: ‘O Vasco foi esse clube que me abriu as portas’

Que Germán Cano é fã e praticante de golfe todo vascaíno sabe. Basta acompanhá-lo nas redes sociais, porém detalhes do envolvimento do argentino com o esporte de Tiger Woods você assistirá em material especial a ser exibida em breve no Esporte Espetacular.

Golfe à parte, o Vasco parece ter sido a tacada certeira de Cano. Adaptou-se rápido, foi recebido com festa no aeroporto e, em um ano e cinco meses de Colina, soma 31 gols em 61 jogos. Tem tratamento de ídolo em São Januário, mas, valorizado pela grande temporada que fez, poderia ter saído após o Brasileiro. Não o fez pois se vê no lugar ideal para crescer mais.

– Sim (perguntado se o Vasco foi a tacada certeira), porque o Vasco me abriu as portas aqui no Brasil. Cheguei a um futebol que não conhecia. Sabia o que era, mas jogos atrás de jogos, me dei conta de muitas coisas boas que me aconteceram aqui no Vasco. O carinho da torcida, dos companheiros, da direção e de todo mundo. Isso para mim é muito importante.

– Dinheiro não é tudo na vida. Às vezes é preciso ver outras coisas que vão lhe fazer se sentir bem interiormente. E o Vasco foi esse clube que me abriu as portas e me ofereceu tudo para eu render dentro de campo.

Cano diz ter se surpreendido com a rápida adaptação, algo que ainda não vivera durante a carreira. Lembra que a recepção em 6 de janeiro de 2020, com o Galeão lotado, influenciou bastante na criação de laços com a Cruz de Malta.

– É difícil quando um jogador chega a um time novo onde não conhece absolutamente nada. O idioma e os costumes são totalmente diferentes. É muito difícil encaixar, todo jogo é um processo. Mas aqui foi tudo diferente. Isso é importante ressaltar: nem em todas as equipes pude passar por isso. Desde o aeroporto, desde o primeiro minuto que desci do avião até o dia de hoje muitas coisas boas passaram comigo no Vasco, tanto individualmente quanto coletivamente.

Cano ainda não abriu conversas pela renovação de contrato, porém não tem pressa. Diz viver um dia de cada vez e deixa essa questão para ser resolvida em dezembro, quando seu vínculo com o Vasco vence.

– Não. O que tem de ser vai ser. Essa decisão quem vai tomar é a instituição. Vou trabalhar para render dentro de campo.

O ge apurou que tanto Cano quanto o Vasco querem dar sequência à relação, mas a negociação só será aberta com a certeza do acesso à Série A, já que somente nessas condições a diretoria poderá oferecer salários compatíveis com o futebol do argentino.

Das 31 “tacadas de mestre” com a camisa do Vasco, a mais bonita veio na vitória de maior significado para o atual elenco: no 3 a 1 sobre o Flamengo, em 15 de abril, quando os vascaínos interromperam jejum de cinco anos no Clássico dos Milhões (veja acima o gol e a comemoração).

– O que fiz contra o Flamengo foi o mais bonito, foi algo diferente. Foi o primeiro gol contra o Flamengo e ficou marcado. Foi muito lindo também pelo passe do Morato e pela forma que recebo a bola para me acomodar e pegar de primeira.

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A saída do Vasco esteve próxima após o fim do Brasileiro?

– Estou muito tranquilo aqui, tenho contrato até dezembro. Minha intenção foi sempre ficar. Sempre disse que sou um homem honesto e responsável com tudo que digo. Nunca penso mais à frente, eu penso no dia a dia, em dar o melhor para o Vasco e ser profissional.

Clubes grandes procuram você. Falou-se nos nomes de Corinthians, São Paulo e Atlético-MG, por exemplo. Mesmo com a grandeza do Vasco, por que decidiu ficar podendo jogar a Série A?

– Por tudo que falei desde o início. Às vezes um jogador vai para um time diferente do que está e não vai bem. Essa é a verdade. Aqui todas as coisas que me aconteceram foram muito boas em pouquíssimo tempo. Tenho contrato até dezembro e sempre estive tranquilo. Houve muitos rumores de muitos times, mas preferi deixar com meu empresário.

O que esperar de uma Série B recheada de times tradicionais?

– As expectativas são muito grandes, é a primeira vez que vou jogar um campeonato de Série B. Falei com alguns companheiros, e há alguns fatores que o grupo não está acostumado a jogar dessa maneira. Com os campos, com adversários jogando atrás, viagens muito longas e concentrações feitas dois dias antes. Nós vamos encontrar muitas coisas às quais temos que nos adaptar rapidamente. Temos que nos acostumar a um montão de mudanças, até porque muitos jogadores não participaram da Série B.

– Mas as expectativas são grandes porque para mim é um orgulho continuar no Vasco e jogar esse tipo de competição, que é muito nova para mim. Será muito lindo enfrentá-la. Que todos acreditem que o Vasco irá se sair muito bem nesse campeonato porque o grupo está muito motivado para essa primeira rodada. Será muito importante poder ganhar para a equipe ir se soltando e jogar cada vez melhor.

Vasco é favorito na Série B?

– Vasco é um time grande, obviamente tem o compromisso de estar nas primeiras posições. Vamos em busca disso, da liderança, do protagonismo e de marcar pontos em cada campo. Isso que vai fazer o Vasco ser ainda maior em sua história.

Em entrevista ao “Olé”, você disse que o “jogo bonito” do Brasil está no passado e que é muito difícil virar os jogos aqui por conta de um time fazer 1 a 0 e se fechar todo. Por que teve essa impressão?

– Porque desde pequenininho via jogadores daqui que faziam coisas muito diferentes das que acontecem na atualidade. Via o Ronaldinho, o Ronaldo Fenômeno. E hoje já não se vê mais tantas coisas como se via naquele tempo. Me encontrei com um futebol muito bonito, muito esforçado e muito difícil. Mas segue sendo bonito, todo mundo quer vir jogar no Brasil porque é um futebol muito competitivo, com muitos estrangeiros. Estamos num dos países mais competitivos do mundo e temos de desfrutar disso. Muitos jogadores querem vir para cá e não podem. Sou agradecido por isso.

Como ajudou na contratação de Sarrafiore, oitavo reforço do Vasco e compatriota de Cano?

– Foi uma conversa muito natural, comentei de tudo que a nossa diretoria tem feito para melhorar Vasco. Isso foi o que seduziu Martín. Contei também um pouco da cidade, de como vivemos e do que fazemos. Falei do que o clube espera dos jogadores para esse processo, e isso motivou Martín. Pedi o número de sua esposa para que ela falasse com a minha. Elas conversaram. Procurei fazer sentir-se bem, tranquilo, feliz e que possa me dar muitas assistências (risos). É muito importante. É uma contratação muito boa para o Vasco e esperamos muito dele.

Fonte: GloboEsporte.com

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