‘Marcelo Cabo grita por um Vasco que não consegue se concretizar’

Uma das poucas coisas boas do futebol sem público devido à pandemia é a chance que as pessoas têm de ouvir os técnicos à beira do campo, suas instruções, seus dramas. O que ele deseja para seu time, o que não necessariamente acontece na prática.

Marcelo Cabo, por exemplo, verbaliza uma ideia de jogo cuja intensidade não se viu em campo na vitória do Vasco sobre o Boavista por 1 a 0, em Saquarema, pela terceira fase da Copa do Brasil.

Ele quase suplica por um jogo que teima em não se concretizar. Cabo pede marcação alta, o que às vezes ocorre. Esperneia por um controle de bola dominante, o que aconteceu, com seus 67% de posse. Mas não teve uma viva alma que atendesse o pedido do técnico para que Vasco buscasse o gol com mais afinco contra um adversário da Série D, na reta final do jogo com um homem a menos, depois da expulsão de Lucas Lourenço.

No fim das contas, bom para o Vasco que a chance criada com Sarrafiore terminou em gol, o primeiro do argentino no cruz-maltino. Não houve outra oportunidade tão clara para que o time vencesse. Agora, o time terá a vantagem do empate na partida do dia 9.

A falta de intensidade maior reflete um elenco montado sem tantas peças capazes de trazer a presença ofensiva ideal. Sobra jogadores para cadenciar o jogo e falta quem seja capaz de acelerá-lo. Quem joga prezando o passe precisa ter movimentos de ultrapassagem, triangulações, para quebrar as linhas adversárias. Caso contrário, vira um time de totó, estático, sem imaginação. Foram apenas duas finalizações na direção do gol contra o Boavista.

Sarrafiore foi o autor de uma, Cano, da outra. O camisa 14 sofreu de solidão, houve momentos em que não teve com quem dialogar, foi uma ilha cercada de marcadores por todos os lados. O Vasco tem orgulho do nível do artilheiro que tem no elenco. Mas se não for capaz de abastecê-lo com assistências, é como ter uma Ferrari sem gasolina na garagem.

Fonte: Agência O Globo

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