Conheça histórias da carreira de Maxi López, que anunciou sua aposentadoria do futebol

Futebol já é passado para o atacante argentino Maximiliano López, histórico companheiro de Ronaldinho e Lionel Messi no Barcelona. Mais um expoente das incríveis “canteras” do River Plate, ele estreou no clube argentino aos 17 anos e teve uma movimentada carreira de duas décadas encerrada anteontem (29). Além do Barça, Maxi jogou no Milan (e também no Grêmio e no Vasco).

Chamado no Brasil de “Barbie” nos tempos de Barcelona (apelido pouco elegante e muito pegajoso quando nem sequer existia a “viralização”), ele colecionou ótimas histórias, a ponto de os jornais argentinos “Olé” e “La Nación” definirem sua trajetória como uma “vida de cinema”.

A coluna repassa algumas das cenas mais marcantes:

Explodindo a Bombonera

Maxi López fez o jogo da sua vida com apenas 20 anos. Foi em maio de 2004, quando saiu do banco com apenas sete minutos de partida (no lugar do lesionado Marcelo Salas) e destruiu o Boca Juniors em plena Bombonera. O River ganhou por 1 a 0, e Maxi, com toda a pinta de roqueiro, fez a defesa do Boca bater cabeça, em especial o atordoado Schiavi. No fim do ano, foi para o Barça por 6 milhões de euros (cerca de R$ 37 milhões).

Lesões e festas em Barcelona

Maxi estreou no Barça em 6 de fevereiro de 2005 – em 3 de maio, quebrou o pé e ficou sem jogar por seis meses. Sua amizade com Ronaldinho e seu entrosamento com o astro brasileiro nas festas pela Catalunha são célebres até hoje. Outros companheiros próximos a Maxi neste período? Lionel Messi e Mauro Icardi, que jogava nas divisões de base do clube.

López conheceu Icardi quando o jovem se aproximou para pedir um autógrafo ainda naquele 2005. Naquelas clássicas voltas do mundo da bola, ambos se aproximaram e até jogaram juntos na Sampdoria, em 2012 e 2013, estreitando a amizade e passando a frequentar as mesmas casas. Uma semana depois da separação de Maxi com a então esposa, Wanda Nara, Icardi postou uma mensagem de amor a ela. Era novembro de 2013. O novo casal assumiu a relação em janeiro de 2014.

Porta fechada

Amigo de Javier Mascherano (na base do River) e Messi (no Barcelona), Maxi viu os dois companheiros trancarem a porta da seleção a Icardi, que jamais teve clima para defender a azul e branca, por mais que brilhasse em seus clubes. Para quem vive os bastidores da seleção argentina, o trabalho de Jorge Sampaoli começou a ruir quando ele resolveu convocar Icardi em 2017. Durou só três jogos.

Negativas a Ronaldinho no Rio

Maxi jogou em bom nível no Vasco em 2018 e 2019. E para isso precisou “fugir” de Ronaldinho, que sempre o convidava para as noitadas cariocas. “Esse louco veio até minha casa e começou a chutar a porta, precisei explicar que precisava de paz, mas que continuava sendo amigo dele”, disse, rindo.

Susto no Sul

Maxi López teve em 2009 uma passagem curta, mas movimentada por Porto Alegre. Tempo suficiente para fazer gol em Gre-Nal, ver sua esposa na época (atualmente ex) causar polêmica e ir embora forçando o clube a procurar ressarcimento na Fifa.

Com poucos dias em Porto Alegre, ele já era celebrado. Ambulantes vendiam perucas loiras, imitando os longos cabelos do jogador.

Mesmo que tenha sido um dos goleadores do time na Libertadores daquele ano, com quatro gols, a eliminação para o Cruzeiro, com uma chance clara perdida no jogo do Mineirão, e a acusação de racismo do volante Elicarlos, que o fez prestar esclarecimentos na delegacia na saída do jogo, marcaram negativamente a passagem.

O ápice foi o gol de cabeça contra o Internacional no clássico Gre-Nal dos 100 anos, no dia 19 de julho de 2009, pelo Brasileirão.

Fora de campo, era carregado a todos os treinamentos pela esposa, Wanda Nara, que o levava ao Olímpico e acompanhava a atividade da beira do campo. Vez por outra, voltava para casa e ia buscar o marido ao fim do treino, sempre nos luxuosos veículos da família, de acordo com a matéria assinada por Marinho Saldanha em 2018 aqui no UOL.

Em uma dessas ocasiões, envolveu-se em uma polêmica. Contou à imprensa argentina que sofreu uma tentativa de sequestro. No relato, ela afirmou que sempre pedia a um táxi para ir na frente do carro particular para guiá-la até o Olímpico. Mas nesta ocasião, o motorista teria combinado com um motociclista e levado a então esposa de Maxi para fora da cidade.

“Eu havia saído depois de comprar um presente para o Herrera, companheiro de time do Maxi. Estava na caminhonete com minha mãe e meu filho Valentino. Maxi me ligou para que eu fosse buscá-lo após o treino. Sempre que vou a algum lugar, chamo um táxi para me guiar na frente, pois não conheço muito as ruas. Só que o taxista me reconheceu, conversou com outro taxista em um semáforo e com outra pessoa que estava em uma moto logo atrás. Aconteceu que esse taxista tomou um caminho e fomos parar em uma favela, cruzando com muitas pessoas. Quando entramos na favela, o taxista estava à frente. Estamos vivos por milagre”, disse ela ao site “Primicias Ya”, da Argentina, em 2009.

“Conseguimos escapar porque o carro é veloz. Tomamos uma rua e saímos de lá na contramão. Arranhei toda a caminhonete tentando escapar. Aqui existe uma máfia de taxistas. Maxi foi ao meu encontro com o Herrera. Quando chegaram lá, eles me disseram: ‘Wanda, eles te levaram para fora da cidade para te sequestrar'”, completou. Ela decidiu não prestar queixa, e até hoje nada foi comprovado.

Briga também no Vasco

Maxi López repetiu o bom futebol e as desavenças no Vasco, em 2019. Ele se desentendeu com o presidente Alexandre Campello, rescindiu contrato e retornou à Europa para jogar na Segundona da Itália, no desconhecido Crotone. Em entrevista à TV Sky Sports, da Itália, Maxi López admitiu que aceitou o convite para “fugir de problemas pessoais”, especialmente com o divórcio com sua ex-mulher e a distância dos três filhos do casal.

“Meus filhos são a base de tudo para mim. Em tantas oportunidades, eu tive que ficar longe deles por longos períodos e isso para mim é estressante, faz mal para o coração e para a cabeça. E, para um jogador, é fundamental ter um certo equilíbrio. Quanto falta esse equilíbrio, as coisas ficam difíceis”, completou Maxi, que disputou 38 partidas pelo Vasco, com 11 gols e 8 assistências.

Clubes defendidos

River Plate (2001 a 2004), Barcelona (2004 a 2006), Mallorca (2006 e 2007), FC Moscou (2007 e 2008), Grêmio (2009), Catania (2009 a 2014), Milan (2011 e 2012), Sampdoria (2012 a 2014), Verona (2014 e 2015), Torino (2015 a 2017), Udinese (2017 e 2018), Vasco (2018 e 2019), Crotone (2019 e 2020) e Sambenedettese (2020 e 2021). Marcou 124 gols em 477 jogos e obteve 9 títulos (o mais importante deles, a Liga dos Campeões 2005/2006).

Fonte: UOL

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