Se fair play financeiro fosse aplicado no Brasil, apenas Vasco, Atlético-GO, Ceará e Palmeiras estariam regulares

De saída do Barcelona, Messi não pôde renovar seu contrato com o clube por causa do fair play financeiro da liga de clubes da Espanha. Mesmo disposto a reduzir seu salário pela metade, o atacante argentino ainda faria com que a associação violasse limitações econômicas.

O sistema espanhol é mais rígido do que o europeu, aplicado em todo o continente pela Uefa. A confederação continental faz um monitoramento “corretivo”, posterior à publicação das demonstrações financeiras. A LaLiga faz uma vigilância “preventiva” das contas.

Dirigentes de todos os clubes filiados à liga têm de apresentar, internamente, suas projeções de receitas e despesas. Caso a conta não feche no azul, o cartola é impedido de realizar novos gastos.

Em particular, existe uma trava em relação à folha salarial. A soma dos salários – incluindo jogadores, comissão técnica e funcionários – não pode ser maior do que 70% das receitas esperadas para a temporada.

Foi aí que o Barcelona teve problema. Mesmo sem Messi, o clube está próximo de 95%, segundo seu presidente, Joan Laporta. Por mais que o argentino reduzisse a renda pela metade, o clube ainda estaria irregular.

E no Brasil?

O que aconteceria com o mercado se o futebol brasileiro aplicasse um fair play financeiro como o espanhol? Com base nos valores descritos por clubes em seus balanços mais recentes, referentes a 2020, o blog fez uma simulação do que aconteceria na primeira divisão nacional.

Para fazer o cálculo, o ge desconsiderou as receitas que alguns clubes atribuem a seus clubes sociais ou aos esportes amadores. Da mesma maneira, foram considerados os custos de pessoal apenas do futebol profissional, sem atividades sociais e outras modalidades esportivas.

A remuneração é entendida a partir dos seguintes itens:

– Salários
– Encargos trabalhistas
– Direitos de imagem
– Direitos de arena
– Bonificações (bichos)
– Luvas

Ainda em relação às receitas contabilizadas, o blog fez duas simulações. A primeira exclui transferências de atletas, para que o resultado esteja condizente com a Europa. As receitas tratadas por europeus como operacionais são as de transmissão, comercial e estádio.

A princípio, nesta hipótese, apenas quatro clubes que disputaram o Campeonato Brasileiro em 2020 passariam pela prova a que clubes espanhóis se submetem: Atlético-GO, Ceará, Palmeiras e Vasco.

Tendo em mente que o futebol brasileiro é um exportador de jogadores, e que muitos de seus clubes contam com as vendas de direitos para pagar suas despesas, a segunda simulação inclui transferências de atletas. Neste caso, são 13 clubes com percentuais acima de 70%.

Na prática, a maioria dos clubes teria problemas para operar. Dirigentes precisariam dispensar jogadores e reduzir seus custos com folha salarial antes de buscar reforços. Como vem acontecendo com o Barcelona.

Simulação 1 (sem vendas de atletas)

¹Red Bull Bragantino e Sport não detalharam corretamente suas receitas, portanto não foi possível excluir do cálculo as transferências de jogadores. A falta de transparência impediu o exercício

²Fortaleza, Red Bull Bragantino e Sport não detalharam corretamente suas despesas, portanto não foi possível destacar apenas a folha salarial. Valores descritos apontam custo do departamento de futebol

Simulação 2 (com vendas de atletas)

¹Fortaleza, Red Bull Bragantino e Sport não detalharam corretamente suas despesas, portanto não foi possível destacar apenas a folha salarial. Valores descritos apontam custo do departamento de futebol

Fonte: Blog do Rodrigo Capelo – ge

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