Contrato de Lisca prevê elenco formado por 1/3 de jogadores da base; quantidade atual é de 63%

Dar espaço e usar jogadores formados na base não se trata apenas de discurso da direção ou preferência do treinador do Vasco. É regra. Tanto que a diretriz está estabelecida no contrato de Lisca. No caso específico do comandante, junta-se a fome à vontade de comer. Há 30 anos exercendo a função, o gaúcho de 49 viveu a maior parte de sua carreira treinando atletas de categorias inferiores.

No acordo firmado entre as partes, pelo menos um terço do elenco tem de ser composto por “crias”, como os meninos formados em São Januário são chamados. E, atualmente, o número é alcançado com sobra: 63% dos 33 jogadores vieram das categorias inferiores.

Lisca, aliás, não esconde o orgulho de ter participado diretamente da formação de vários jogadores que defenderam a seleção brasileira, citando entre eles Rafael Sobis, Alexandre Pato, Kaká e Marcelo, com quem trabalhou em Internacional de Porto Alegre, São Paulo e Fluminense respectivamente.

– Isso eu posso falar que sei fazer. Já revelei Pato, Luiz Adriano, Sobis, Fábio Rochemback, Diogo Rincón, Kaká, Marcelo, Nilmar, Julio Batista, Lucas Leiva, Anderson… A lista é grande. Graças a Deus pude participar da revelação de vários atletas que viraram jogadores mundiais. Isso não tem preço para um treinador que pega esses meninos lá embaixo e fomenta esse crescimento deles. É isso que vou tentar fazer aqui no Vasco – afirmou.

Lisca revelou a cláusula contratual, em entrevista coletiva, após a vitória diante do Vila Nova pela Série B. Porém, não chega a ser uma novidade na atual temporada. Ela foi estabelecida com a chegada do diretor executivo Alexandre Pássaro e também existia no contrato de Marcelo Cabo, demitido em julho.

– O Pássaro me pegou de surpresa quando eu estava olhando o contrato. Isso é uma cláusula, trabalhar com a base e fomentar esse trabalho. Nunca tive isso no meu contrato e eu gostei demais porque já faço isso naturalmente. Eu vou cumprir. Há mais meninos no sub-17 e sub-20. Com calma, vamos achando, promovendo e os colocando no momento certo – contou Lisca.

Atualmente, o elenco do Vasco tem 33 jogadores. Destes, 21 vieram da base. Só que apenas 19 entram no recorte estabelecido no contrato. Ocorre que é preciso ter o limite de 23 anos para respeitar a meta. Desta forma, o zagueiro Ricardo Graça (24 anos) e o volante Romulo (31 anos) não entram na conta.

O número pode variar à medida que jogadores forem chamados para um período de treino no profissional. Atualmente, nove atletas voltaram para base após terem passagem pelo time de cima, casos de Andrey Santos, Caio Eduardo e Vinicius, por exemplo.

Há uma expectativa de, além do retorno técnico, lucrar com vendas no futuro para amenizar a crise financeira. Lisca chegou a citar ter sido procurado por pessoas surpresas com o bom rendimento de Bruno Gomes:

– Se eu conseguir passar essa barreira do início de trabalho e de repente ficar no Vasco para fazer um trabalho de médio a longo prazo, você pode ter certeza que eu vou otimizar demais a performance desses meninos. E nós vamos dar retorno esportivo e financeiro bem grande para o Vasco.

O elenco vascaíno

– Goleiros: Vanderlei (37 anos), Halls (22), Alexander (22) e Lucão (20) – 3 da base
– Zagueiros: Ernando (33), Ulisses (21), Miranda (21), Ricardo Graça (24) e Castan (34) – 3 da base
– Laterais: Léo Matos (35), Cayo Tenório (22), Zeca (26) e Riquelme (18) – 2 da base
– Meio-campistas: Michel (31), Romulo (30), Caio Lopes (20), Bruno Gomes (20), Andrey (23), Sarrafiore (24), Marquinhos Gabriel (31), Galarza (19), MT (20), Laranjeira (21), Weverton (21) e Juninho (20) – 9 da base
– Atacantes: Daniel Amorim (31), Morato (28), Léo Jabá (23), Arthur Sales (19 anos), João Pedro (21), Figueiredo (19), Gabriel Pec (20), e Germán Cano (33) – 4 da base

Fonte: ge

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