Veja outros tópicos da entrevista coletiva de Lisca após Operário 2 x 0 Vasco

Um Lisca mais comedido, centrado e com planos de mudanças importantes para as próximas semanas. Assim, o treinador do Vasco atendeu a imprensa após a derrota por 2 a 0 para o Operário, neste sábado, no estádio Germano Krüger, pela 20ª rodada da Série B do Brasileirão. Satisfeito com a produção ofensiva da equipe, ele lamentou as chances desperdiçadas e deu a entender que tomará atitudes importantes para a sequência na busca pelo acesso.

O treinador aproveitou para já na primeira resposta lamentar o resultado ruim no aniversário de 122 anos do clube cruzmaltino:

“É uma noite difícil para nós. Cumprimentar o torcedor do Vasco pelo aniversário, mas longe do presente que queríamos a dar”

– Tomamos dois gols… É difícil falar que estávamos bem no jogo, controlando a partida. Sobraram duas bolas e sofremos o gol. Tomamos o segundo novamente em uma falha. Não vamos ficar crucificando ninguém. Precisamos tomar providências. Não posso falar da entrega dos jogadores.

Lisca fez questão de respaldar seus jogadores apesar das críticas pelo resultado negativo. O comandante deixou claro que terá conversas importantes com Alexandre Pássaro e Jorge Salgado para que o Vasco reencontre o caminho:

– O Morato infelizmente foi expulso, mas entrou bem. Andrey, Pec… Não adianta. A estatística está lá no placar que foi 2 a 0. O Simão fez uma grande defesa em falta do Zeca. A bola teimou em não entrar. O Cano que costuma ser assertivo, comigo não conseguiu ter a fase boa que teve. Realmente, é difícil. O que posso falar para o torcedor é que, se a diretoria permitir, vou trabalhar demais agora com duas semanas.

“Tenho avaliação do plantel, do trabalho… Vou falar com o Pássaro, com o presidente, e vamos ver se eles me escutam para alterar algumas situações. O que faltou hoje foi a bola entrar, botar a bola para dentro. Fomos eficientes, porque criamos chances, mas não fomos eficazes”

Com 28 pontos, o Vasco ocupa a 11ª colocação na Série B do Brasileirão. O próximo compromisso será contra a Ponte Preta, dia 29 de agosto, às 16h (de Brasília), em São Januário.

Confira outros trechos da entrevista

Qual o sentimento do Lisca?

– Fiquei muito abatido no jogo contra o Londrina pela maneira que foi, pela maneira que tomamos os gols, pela infelicidade dos meninos que estavam voltando da Seleção, mas o jogo estava nas nossas mãos. Na Série B, se você não ganha, empata. Preciso trabalhar um pouco, tempo de trabalho. Tenho uma avaliação bem fidedigna do que precisamos e vou fazer as colocações. Preciso dessas soluções. Se não for viável, quando eu sinto que não posso, sou primeiro a falar. Trabalhei 30 anos para estar aqui e preciso de algumas coisas e situações. Isso que vou colocar para o Pássaro e o presidente. Espero que eles entendam.

Se acharem que não, vamos pensar no que é melhor para o Vasco. Temos que pensar no Vasco. E é isso que vou fazer a partir de amanhã, me doar ainda mais. Não posso reclamar dos jogadores, da entrega, mas não estamos conseguindo praticar. A fase não é boa, a bola não está entrando. Tivemos bola na trave, defesa milagrosa, tantas situações. Mas isso não adianta, estatística não resolve.

Desabafo de Andrey

– O Andrey também falou no vestiário. É um jogador que está desde os cinco anos no clube, participou de todo esse processo de descenso, e tínhamos uma expectativa bem diferente. Não pode dizer que foi uma vergonha a entrega dos jogadores, não posso reclamar disso, mas não estamos tendo a competência para transformar em gols. O jogo com o Londrina estávamos com o jogo na mão e sofremos dois gols de laterais, duas falhas. Não podemos culpar ninguém. O sentimento do Andrey e de todos os jogadores é mais um desabafo. Estamos com muita indignação por tudo que está acontecendo e ele demonstrou isso.

A segurança que posso dar para o torcedor, se a diretoria me permitir, é que vou trabalhar demais. Vamos tomar providências na questão do grupo e coisas que já detectei no ambiente interno, reforçar o meu trabalho. Vamos conversar. Agora, estamos muito chateados. Vou conversar com o Pássaro e o presidente a partir de amanhã para reforçar o grupo. Talvez alguns jogadores não estejam preparados para a missão. Temos um grupo jovem e não se faz um trabalho desse só com jovens. Só o Vasco que dá oportunidade para meninos que talvez não estejam preparados. Vou fazer essas colocações. Espero que o Pássaro e o presidente me atendam.

Risco de demissão?

– Estou falando isso por causa dos resultados que estão muito abaixo do que o Vasco precisa e eu almejava. São 30 anos de luta para ter uma oportunidade como essa em um clube do tamanho do Vasco, e os resultados são determinantes. Realmente, estou muito chateado por não conseguir responder ao torcedor do Vasco a expectativa grande que tinham em mim. Cheguei com o trabalho em andamento, não participei de uma série de situações, mas agora eu quero participar. Preciso de algumas providências. Espero que a diretoria me escute e tome providências. Coloco isso por eu ter vergonha na cara. Estou muito decepcionado com os resultados. Não com a entrega dos jogadores, eles estão tentando, mas falta alguma coisa para ganharmos as partidas.

Quais providências?

Quero participar da formação de um outro plantel que vamos formar aqui no Vasco e a participação de alguns colaboradores que preciso aqui. Isso que vou colocar para a diretoria.

Cano e Pec

– No jogo passado, o Cano saiu bastante da área e precisávamos dele na construção. Hoje não, a ideia era ele ficar lá dentro para abrir os espaços. No primeiro tempo, construímos com uma linha de três de Zeca, Ricardo e Miranda. O Ricardo ainda com dificuldades de posicionamento, leitura de jogo, subida de linha… O Cano teve as oportunidades, ficou na área, mas a bola não está entrando. O Pec entrou muito bem, é um jogador muito interessante. Vejo vocês falaram as situações, do destaque no estadual, e vamos ver a forma de colocá-lo na equipe. Optamos pelo Jabá ao lado do Marquinhos e estava bem feito. O Jabá hoje talvez seja um dos nossos principais jogadores. Mas a entrada do Morato com o Zeca por dentro foi o modelo que usamos contra o São Paulo e tomamos conta do jogo. O Pec com certeza vai nos ajudar bastante, o Caio entrou bem, o Andrey, o Matias, mas talvez precisemos de mais maturidades e opções ofensivas. Está na hora do Vasco fazer um sacrifício e mudar esse panorama.

Acredita em sorte ou fé?

– Acredito em fé. Em sorte, não. Há momentos que a bola não entra, mas acredito em trabalho e competência. Trabalho não está faltando, está faltando competência para fazermos os gols. Acredito em trabalho, convicção, qualidade, e isso que vou fazer a partir de amanhã para dar todas as respostas ao torcedor do Vasco. Acho que o segundo tempo hoje disse muito. Fizemos muitas coisas boas, mas não conseguimos fazer o gol para deixá-los ainda mais preocupados. Quero participar da concepção do trabalho e tratar de melhorar o time para termos consistência e eficácia.

Elenco foi mal montado?

– Não posso falar isso. Seria uma falta de respeito com o Pássaro, o presidente e toda diretoria. Só que a Série B tem uma característica que o turno já mostrou. Precisamos corrigir rota. A competição é diferente, tem muita força, imposição. O Vasco já jogou a Série B, mas está muito mais acostumado com a Série A. A troca de energia vem muito do time para o treinador, mas do treinador para o time. Isso que vamos fazer com o Vasco. Talvez não tenhamos conseguido, mas não por falta de tentativa, talvez por característica.

Fonte: ge

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