Técnico Igor Guerra fala sobre sua chegada ao Sub-20 do Vasco e sonho de treinar a equipe profissional

Atualmente na sétima posição do Campeonato Brasileiro Sub-20, com 28 pontos, a equipe comandada por Igor Guerra vem de 4 vitórias nas últimas 5 partidas. O time estava vindo de duras derrotas na competição, porém, com a chegada de Igor, que era do Sub-17, a equipe conseguiu reencontrar seu bom futebol.

Em entrevista ao Papo na Colina, o treinador falou sobre a sua chegada no Sub-20 e suas primeiras medidas para o Vasco voltar a vencer na competição.

– Tivemos uma conversa no primeiro dia e falamos sobre dois pilares. O primeiro deles foi sobre a confiança. Confiança que eles deveriam ter neles mesmos, nos companheiros e, principalmente, no trabalho que a gente faria. Sem confiança as coisas demorariam acontecer e eles precisariam estar com o coração aberto, mente aberta, para poder escutar, compreender o que a gente queria pedir, confiar nas nossas informações para que as coisas acontecesse o quanto antes, o mais rápido possível. A segunda parte foi alegria para que as coisas fluam da melhor maneira. A gente precisa está feliz, precisa está alegre com que faz. Uma das coisas que eu pedi para eles era que o ambiente melhorasse, pois, com a melhora do ambiente consequentemente o rendimento iria aumentar e a gente teria os bons resultados.

Confira abaixo outros tópicos da entrevista com o treinador Igor Guerra.

Papo na Colina: O Sub-17 do Vasco, sob seu comando, chamou muito a atenção da torcida. Pretende usar os destaques da categoria no Sub-20, já que alguns já até jogaram?

Igor Guerra: Sim. Na verdade, após o final do Campeonato Brasileiro sub-17 alguns atletas que se destacaram já subiram e quando eu cheguei no sub-20 já reencontro com eles. Já demos algumas oportunidades para os atletas, foi o caso do Barros, do Erick Marcus, o próprio Ykaro, o Lucas Eduardo e o Andrey Santos, que já vinha treinando com o sub-20 desde o início da temporada. A ideia é que a gente aproveite de maneira progressiva para irem se adaptando a velocidade do jogo. É um jogo mais rápido, um pouco mais competitivo, exige um pouco mais de força, então conforme eles forem se adaptando a ideia é a gente está utilizando enquanto eles forem necessários ali para nos ajudar.

Papo na Colina: Como foi e como está sendo para resgatar em tão pouco tempo a confiança e bom futebol de atletas como Vinicius, MT e Juninho?

Igor Guerra: A confiança foi o que eu comentei, e um dos pilares que eu mais citei foi sobre está com a mente aberta, coração aberto para receber as informações e ter confiança no que a gente iria trabalhar, e eles prontamente abraçaram a ideia, se fecharam comigo nesse sentido e conforme os resultados vão acontecendo eles vão compreendendo que a gente faz para o bem deles, para melhorá-los aí eles vão cada vez mais confiando no trabalho e fazendo de tudo para poder estar ajudando a equipe.

Papo na Colina: A base tem que ser necessariamente vitoriosa? Ou precisa formar e unir as duas características?

Igor Guerra: Eu vejo o mais importante na base é a formação. Mas quando a gente forma vencendo, os atletas, na minha opinião, ficam mais preparados até por que quanto mais você chega nas fases finais mais jogos os atletas vão tendo, quanto mais jogos mais eles amadurecem e mais vão se preparando, então vejo que os dois são fundamentais, porém, priorizar mesmo acredito que a formação e a preparação desses garotos para conseguir atuar em alto nível no time principal.

Papo na Colina: Até que ponto as redes sociais e possíveis vaidades corporais podem atrapalhar o desempenho de um atleta da base?

Igor Guerra: Eu não acredito que as redes sociais ou as vaidades corporais vão atrapalhar os atletas. Eu vejo que muito mais a criação desses atletas para prepará-los para isso, o quanto que eles terão de assistência para poder direcioná-los, norteá-los para que ele se preocupem menos com críticas, com qualquer tipo de situação que faça com que eles desvirtuam do campo para poder pensar no extra. Enquanto eles estiverem fazendo as situações dele fora, preocupando com mídias sociais, mas quando tiver em campo, nos treinos e nos jogos tiverem preocupados e focados em trabalhar, em treinar, em produzir, pensando em produtividade, eu acredito que isso daí não vai ter interferência nenhuma. Agora a partir do momento que as mídias sociais se tornam para eles algo mais importante do que propriamente o treino, do que o trabalho, aí sim eles podem está se prejudicando nesse sentido, mas acredito que todo o trabalho interdisciplinar que o clube tem tentado fazer com eles isso vai minimizando esse tipo de acontecimento.

Papo na Colina: Cada ano que se passa fica mais raro jogadores surgirem com a capacidade de serem grandes camisa 10 e grandes centroavantes. Existe um trabalho na base especifico para mudar esse panorama?

Igor Guerra: Vai muito da situação de como cada equipe joga. Cada época, a cada momento vem uma situação de sistema de jogo, de forma de jogar. A partir do momento que muitas equipes atuam com duas linhas de 4 e dois atacantes, às vezes um meia e um atacante e termina muitas vezes jogando em contra-ataque você termina fazendo com que a bola não passe muito no pé desses camisas 10, então o jogo fica muito mais direto, muito mais vertical, exigindo muito mais força do que qualidade técnica. Então eu vejo que é muito como você desenvolve a sua forma de jogar, o desenvolvimento metodológico que o clube apresenta. Eu vejo que aqui no Vasco a gente tem tentado trabalhar bem diversas posições, não apenas meias ou centroavantes, mas também atacantes de lado, laterais, zagueiros e volantes. Nós temos sim alguns trabalhos que de maneira mais específica a gente trabalha desde categorias um pouco menores de 14 e 15 anos até o sub-20 para que eles possam está refinando as suas qualidades de acordo com a característica que ele pode estar produzindo para o Clube. Nós temos um trabalho específico para isso e a tendência é cada vez mais a gente aprimorar, melhorar, ajustar, para tentar fazer da melhor maneira possível para que o garoto chegue o mais preparado possível lá na principal.

Papo na Colina: Quais jogadores da base do Vasco, independente da categoria, você enxerga como prontos para o profissional do Vasco?

Igor Guerra: Citar um jogador que a gente acredita que esteja pronto é muito difícil. Inclusive, quando a gente contrata jogadores de fora, atletas já rodado, já maduros, que compreendem muito bem como se como funciona o jogo de futebol, muitas vezes eles não dão certo em determinada equipe, imagina um atleta que está passando de uma realidade de base para realizar o sonho dele que é chegar no profissional, de repente um aumento de salário que ele não esperava ter, até ele conseguir compreender a realidade, se adaptar ao novo tipo de jogo, formatação de jogo, é difícil a gente falar que um vai chegar ou outro vai chegar. Nós temos vários potenciais, mas na verdade para saber se vai ou não só quando realmente eles pisam no profissional e a gente consegue compreender qual é o real foco, quanto eles estarão dedicados, empenhados e focados naquilo para não permitir que coisas externas influenciam negativamente eles.

Papo na Colina: Tem o desejo de um dia treinar o profissional do Vasco? Qual seu maior sonho como treinador?

Igor Guerra: Claramente. Tenho desejo sim de me tornar profissional, atuar como treinador do profissional do Vasco. Tenho dois sonhos. O primeiro é conseguir ser treinador da equipe principal da Seleção Brasileira. O outro é conseguir atuar em grandes clubes da Europa e disputar uma Champions League.

Fonte: Papo Na Colina

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