Cria do Vasco, Paulo Vitor fala sobre sua estreia nos profissionais, saída do clube e chegada à Europa

Aposta do Real Valladolid, clube presidido por Ronaldo Fenômeno, Paulo Vitor foi uma das promessas do Vasco da Gama na geração que tinha nomes como Douglas Luiz, Evander e Mateus Vital. No entanto, o atacante não teve muitas chances no time profissional da Colina e foi buscar seu espaço na Europa.

Emprestado ao Albacete em janeiro de 2019, ele foi repassado pouco tempo depois ao Marbella, da terceira divisão da Espanha, que o comprou no fim daquela temporada.

“Foi uma decisão de ambas as partes e saí do Vasco de uma forma amigável. Tinha outros projetos e não me arrependo por ter saído. Passei por um processo de adaptação complicado por causa de idioma, frio, cultura e estilo de jogo. Precisei ficar longe da família e isso me atrapalhou um pouco no começo, mas depois que você passa por essa fase, as coisas começam a acontecer”, afirmou ao ESPN.com.br.

Ele atuou por uma temporada e meia no Marbella antes de chamar atenção do Real Valladolid, no meio de 2020.

“Eles vieram atrás de mim em um primeiro momento, mas não conseguiram um acordo. Depois, pude fazer um bom jogo contra o Valladolid na Copa do Rei e marquei um gol. O Ronaldo estava no estádio vendo a partida e acho que foi o carimbo”.

“Nos dias seguintes, me falaram que o Ronaldo gostou muito do jogo e ficou encantado. Era para eu continuar trabalhando que coisas boas iriam aparecer. Terminei a temporada e veio a proposta do Valladolid. Depois de um mês de negociação vim para o time B”.

Depois de passar uma primeira temporada difícil no time B do Valladolid, Paulo virou destaque da equipe após começar a ser treinado pelo brasileiro Júlio Baptista, ex-Real Madrid “galáctico”.

“Ele me disse que acreditava no meu potencial e que a missão dele era eu voltar a ser o jogador de antes. Ele vem me passando as experiências dele como jogador. Se vivo hoje esse grande momento, ele e a comissão técnica têm grande parte nisso”.

Com seis gols em 10 partidas na atual temporada, Paulo Vitor é um dos destaques da equipe na terceira divisão espanhola. Agora, o atacante, de 22 anos, aguarda a resolução de uma questão burocrática para que possa defender o time principal.

“Só podem jogar dois estrangeiros por time na segunda divisão, mas a cota está cheia. Estou estudando e vou começar a tirar a cidadania em novembro. Precisa só abrir o espaço. O clube tem interesse que eu suba para o time principal”.

“Passei por muitos momentos difíceis, mas isso faz parte porque vim para a Europa muito novo. É um processo e estou colhendo os frutos. Estou no meu melhor momento depois que saí do Vasco”, disse.

‘Ainda tinha muito futebol para mostrar’

Cria das escolinhas do Vasco, ele passou pelo Fluminense antes de voltar ao time da Colina em uma disputa entre os clubes que foi parar na Justiça.

Em pouco tempo, Paulo justificou a badalação e marcou 13 gols no Carioca Sub-17 conquistado pelo Vasco, que encerrou um jejum de 15 anos sem títulos estaduais na categoria.

Aos 16, ele passou a jogar algumas partidas pelo sub-20 e recebeu convocações para a seleção brasileira de base e disputou o Torneio de Toulon. O atacante foi artilheiro da Copa do Brasil Sub-20, com seis gols, e do Estadual, vencido pelo Vasco, com 13.

Com essas credenciais, Paulo subiu aos profissionais no segundo semestre de 2018 com o técnico Milton Mendes.

“Estreei com apenas 17 anos no Allianz Parque contra o Palmeiras, no Brasileirão, e foi uma sensação inexplicável. Foi a realização de um sonho. Não sai da minha cabeça”, afirmou.

Mesmo badalado, ele atuou em apenas 26 jogos, nenhum como titular, e marcou um gol: no triunfo por 4 a 1 sobre o Vitória pelo Brasileirão.

“Os melhores momentos que vivi foram a estreia e o gol que fiz. Nunca vou esquecer quando a torcida gritava meu nome. Minha saída foi muito precoce, quem sabe não possa um dia retribuir o que fizeram por mim? Ainda tinha muito futebol para mostrar”, finalizou.

Fonte: ESPN.com.br (texto), Reprodução Internet (foto)

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