Roberto Monteiro e Leonardo Rodrigues falam sobre movimento para destituir Jorge Salgado

Depois de mais uma humilhação em São Januário com os 3 a 0 sofridos diante do Vitória, grupos políticos que fazem oposição a Jorge Salgado convocaram sócios estatutários adimplentes a firmarem um abaixo-assinado pela destituição do presidente e de toda a Diretoria Administrativa do Vasco. O pedido também abrange as saídas do presidente e do vice do Conselho Deliberativo.

A distribuição do documento se dá num momento em que Jorge Salgado sofre enorme pressão por tomada de decisões imediatas, a principal delas a saída de Alexandre Pássaro. O coro pela demissão do executivo não é feito apenas por opositores, mas também parte de muitos apoiadores de Salgado. O silêncio do presidente, algo que o caracteriza desde o momento da posse, incomoda a gregos e troianos. Há insatisfação grande também entre os funcionários, que estão há dois meses sem receber salários.

Na madrugada de quinta-feira, um formulário online foi divulgado. Os líderes do manifesto têm o objetivo de alcançar de 2.500 a 3.000 assinaturas até janeiro. Os grupos políticos Identidade Vasco, Fuzarca, Time da Virada e Imortal são os responsáveis pela confecção e distribuição do documento. Há a expectativa de adesão por parte de Leven Siano e da Sempre Vasco, liderada por Julio Brant. Estes, porém, ainda não se posicionaram. O Casaca! optou por não assinar a nota.

Além de buscar assinaturas em ambiente virtual, os grupos que pedem a destituição de Salgado farão campanhas em São Januário aos sábados para colher mais adesões ao movimento. Líder do Identidade Vasco, Roberto Monteiro, presidente do Conselho Deliberativo durante o mandato de Alexandre Campello, explicou como surgiu o manifesto.

– É um movimento de muita indignação de vários sócios, e esses grupos que fizeram o manifesto resolveram dar eco a isso. Há uma insatisfação geral não só pelo resultado futebolístico, mas também pelo resultado financeiro e resultado de gestão das coisas que estão sendo feitas no Vasco. Entendendo que o Vasco corre risco de ficar um bom tempo passando amarguras, o pessoal não aguentou mais, se indignou e passou a recolher esse abaixo-assinado.

– O objetivo é recolher de 2.500 a 3.000 assinaturas. A informação que eu tinha até sete horas da manhã é que o dia havia aberto com 300 assinaturas. São sócios das categoria geral e proprietário. Aproximadamente. A expectativa é de que a gente consiga alcançar esse número até janeiro do ano que vem – estimou Monteiro.

Membro do grupo Fuzarca, Leonardo Rodrigues fez coro a Roberto Monteiro tratou o atual cenário como o pior momento da história do clube e fez questão de dizer que não se trata de manifesto de teor político ou ideológico.

– Movimento com a participação de correntes e não-correntes políticas. É um movimento amplo de reação do quadro social ao pior momento da história do Club de Regatas Vasco da Gama. Sempre que o Vasco se apresentou a um desafio similar a esse, até porque não há outro igual em sua história, o quadro social se reuniu para resgatar o Vasco. Não se trata de reação somente à questão de atos administrativos lesivos, mas sim de uma tentativa de resgaste do Vasco de um caminho temerário escolhido por uma diretoria que foi composta num cenário absolutamente teratológico e que pode custar o futuro da instituição. Não é um movimento político ou ideológico. É uma tentativa de resgate do clube por seus sócios. É um movimento histórico.

Grupos visa assinatura de 20% de associados adimplentes

O manifesto objetiva de 2.500 a 3.000 assinaturas porque para se convocar uma Assembleia Geral para votar a destituição ou não de um presidente é necessária a adesão de pelo menos 20% de associados com direito a promovê-la. Atualmente, na seção “Transparência” do site Sócio Gigante, o clube informa que dispõe de 12.933 sócios estatuários. Na última eleição, pouco mais de oito mil estavam aptos a voto.

Os grupos que lideram o manifesto miram 20% do número de associados adimplentes.

O que determina a necessidade da aprovação por parte de 20% de associados aptos a promovê-la são os artigos 59 (I) e 60 do Código Civil. Leia abaixo:

Art. 59. Compete privativamente à Assembleia Geral: (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)

I – destituir os administradores; (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)

Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005).

Responsável por convocar a Assembleia Geral em caso de o manifesto atingir os 20% necessários, presidente da mesma, Otto Carvalho, preferiu não tecer comentários a respeito do movimento por entender que se trata de algo muito embrionário.

Documento acusa Salgado de omissão e cobra demissão de Pássaro

No texto do abaixo-assinado distribuído pelos líderes do movimento, Jorge Salgado é o principal alvo. Os conselhos Fiscal e Deliberativo são cobrados a respeito de não fiscalizarem adequadamente os empréstimos feitos pelo presidente à instituição. Salgado é acusado de omissão e também atacado por ainda não ter demitido Alexandre Pássaro, atual executivo de futebol.

A demissão de 186 funcionários em março, em meio à pandemia, também é citado em parágrafo da carta. A transferência da sede administrativa para um imóvel cujo proprietário é Carlos Osório, 1º vice-presidente, outro ponto em destaque, é tratado como conflito de interesses.

Confira a íntegra do documento nas imagens abaixo:

Fonte: ge

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