Ex-diretor do Vasco, Mazzuco revela decepção com relatório de Alexandre Pássaro

Diretor-executivo do Vasco entre julho de 2019 a dezembro de 2020, Mario André Mazzuco não ficou nada satisfeito com o relatório entregue à diretor cruzmaltina pelo seu sucessor, Alexandre Pássaro, em sua saída mês passado e que foi divulgado com exclusividade pelo UOL Esporte. Na ocasião, o dirigente destacou seus feitos financeiros à frente da pasta e também a contribuição estrutural que deu, expondo a falta de alguns itens básicos que encontrou quando chegou ao cargo em janeiro de 2021.

Em entrevista ao canal “Atenção, Vascaínos”, Mazzuco se disse “decepcionado”:

“É um assunto delicado. Eu fiquei muito decepcionado em relação ao vazamento desse tipo de informação porque é ruim para o clube, para o profissional… Não é uma coisa bacana, tanto é que gerou uma repercussão muito grande”.

Mazzuco se defende sinalizando com um dos principais feitos em seu período como diretor-executivo do Vasco, quando sob a gestão do presidente Alexandre Campello conseguiram adquirir um terreno e construir o centro de treinamento para os profissionais, algo que contou com um financiamento coletivo da torcida (crowdfunding).

“Já é sabido que o Vasco tem problemas estruturais, financeiros… Isso é chover no molhado. Quem vai para o Vasco, já vai sabendo dos problemas que o clube tem. Tem que ir disposto a resolvê-los com muito respeito ao clube. Eu deixei bem claro, na minha entrada e na minha saída, do privilégio que eu tive em trabalhar no clube. Alheio aos problemas que o Vasco tem, só faço algumas menções importantes: o CT foi uma quebra grande de paradigma para fazermos isso. É um feito enorme, não tem ideia da importância disso para o clube. Então já se quebra essa questão por ter um CT próprio”, declarou.

Outro ponto exposto por Pássaro em seu relatório e que causou perplexidade nos torcedores foi o fato de ter encontrado dois softwares fundamentais para a análise de desempenho e de mercado com licenças expiradas, com os funcionários tendo que utilizar senhas emprestadas gentilmente por outros clubes.

“A questão das senhas é algo um pouco confuso. Na época que eu estava lá e a gente renovou as concessões das licenças das duas ferramentas. Lógico, isso é parcelado, não sei o que aconteceu depois, se deixou de pagar ou não, mas tínhamos as ferramentas. Tínhamos um departamento interessante. Tem um profissional muito bacana lá que é o Lucas (Vergne) que fazia toda a parte de análise de mercado junto com o Tiago, nos ajudou muito. Utilizávamos os profissionais da base também para isso. Para detecção, identificação… Funcionou super bem nessa época. O Germán Cano é um exemplo”, disse, citando o atacante argentino que deixou o clube nesta semana e que foi contratado por ele.

Mazzuco revela ligação de Pássaro

Mazzuco encarou com naturalidade a elaboração de um relatório por parte de Alexandre Pássaro, e limitou sua decepção somente ao fato do documento ter vazado.

“São muito difíceis essas coisas. Eu entreguei para o Campello, na época, também um relatório, discutimos diagnósticos, soluções… É muito comum acontecer, mas esse vazamento é muito ruim, principalmente, para o clube, para o profissional, para as pessoas envolvidas… Foi de uma forma muito leviana como aconteceu”, avaliou.

Por fim, André Mazzuco revelou que Alexandre Pássaro o telefonou após a divulgação de seu relatório no UOL Esporte:

“Eu vou ser bem justo e falar que foi ele que fez isso: pegou o telefone e me ligou. Trocamos ideia, enfim… Situação pessoal é resolvida. Vou falar o que falei para ele: isso é ruim para o clube, para ele como profissional. Mais uma vez: as pessoas do Vasco que hoje estão têm a consciência do que precisa ser feito. Não é um relatório que vai criar um caos ou que vai dizer o que tem que ser feito. Tem muita coisa a ser feita, mas tem muita coisa boa que também foi feita. Mas nesse meio, tem o resultado esportivo que não aconteceu que foi a queda e o não acesso, o que traz um prejuízo financeiro muito grande para o clube”.

Após deixar o Vasco, Mazzuco trabalhou no Cruzeiro, entre janeiro e abril de 2021, e no Santos, entre maio e outubro de 2021. Atualmente o diretor-executivo está sem clube.

Fonte: UOL

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