Em novembro, 16 clubes —Flamengo, Fluminense, Botafogo, Vasco, São Paulo, Santos, Corinthians, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Grêmio, Internacional, Cruzeiro, Atlético-MG, Bahia, Ceará, Fortaleza— assinaram um acordo de proposta vinculante com a empresa Codajás Sports Kapital para venda de uma parte da liga. Isso significaria que pagariam um valor adiantado e depois ficariam com uma fatia da venda dos direitos, o que inclui TV e marketing relacionado ao Brasileiro.
Pelos termos do documento, a empresa teria dois meses para apresentar uma oferta de pelo menos US$ 750 milhões para comprar um percentual da liga. O prazo passou, mas a empresa sinaliza que deve apresentar a proposta até 15 de janeiro. Não há nenhum impedimento de assinar um acordo após o prazo.
Enquanto isso, alguns clubes têm sido procurados por outros grupos de possíveis investidores. Houve um crescimento do interesse depois que dois clubes —Cruzeiro e Botafogo— fecharam acordos de venda de suas SAFs (Sociedades Anônimas do Futebol) para investidores. A sensação no mercado é de que o futebol estará mais aberto para gestões que priorizem o pensamento comercial. Os compradores da SAF já teriam valorização de seus ativos.
Não houve, no entanto, nenhuma proposta oficial. Um dos dirigentes envolvidos com a Liga classificou as conversas como abstratas, com pouco conteúdo material. E as sondagens têm acontecido individualmente com os clubes. Tanto que outros dois cartolas de clubes da liga ouvidos pelo blog afirmaram desconhecer qualquer movimentação em relação à proposta.
A questão agora é como os clubes vão agir se a Codajás, de fato, confirmar sua proposta vinculante no meio de janeiro. Há a possibilidade de os times fecharem negócio com a empresa ou esperarem por outras ofertas. Por enquanto, uma concorrência formal pelos direitos ainda não está na mesa. Há quem veja essa opção como improvável entre os dirigentes.
A discussão dentro da Liga é pelos direitos a partir de 2025 e pode envolver também a Série B. Portanto, ainda há tempo para estruturar o negócio para uma venda de parte do Brasileiro.
Fonte: Blog do Rodrigo Mattos – UOL