Gerente Rodrigo Dias aponta indicadores de sucesso da base do Vasco e planeja mudança para o novo CT em 2022

No Vasco desde junho de 2021, o gerente executivo da base Rodrigo Dias acredita que o trabalho realizado nas categorias inferiores têm dado o resultado esperado. Pelo menos é isso que apontam os indicadores de sucesso do clube: ceder atletas para o time profissional, convocações para as seleções de base e os resultados esportivos.

• 14 dos 37 jogadores do atual elenco profissional vieram da base;

• Em 2022, seis jogadores da base já foram convocados para a Seleção;

• Títulos em 2021: Copa do Brasil Sub-20, SuperCopa do Brasil Sub-20, Carioca Sub-17, Recopa Carioca Sub-17, Taça Rio Sub-15 e Copa Brasileirinho Sub-14, além de ter chegado às finais do Brasileiro Sub-17 e da Copa Rio Sub-17. As categorias sub-8, sub-9 e sub-13 também levantaram taças.

– O objetivo principal das categorias de base é fornecer o máximo de atletas de qualidade para a equipe principal. É um processo de qualidade humana e de jogo, para a gente formar o atleta a formação do cidadão vem antes. Ao final do processo, poucos atletas sobem para a equipe principal, então temos essa responsabilidade social para formar cidadãos para outros clubes e para a sociedade – afirmou Rodrigo ao ge.

Se tem avançado na formação do atleta e do cidadão, o clube trabalha para melhorar a estrutura física. Hoje, a base utiliza três espaços para as atividades: São Januário (campo anexo e ginásios), Artsul (Nova Iguaçu) e CT da Base Forte (Duque de Caxias).

A ideia é que o centro de treinamentos abrigue a maior parte das categorias num futuro breve. Para isso, é preciso dar seguimento no processo de ampliação do espaço. Existe a expectativa de as obras andarem mais rapidamente com a chegada da 777 Partners, que negocia a compra da SAF vascaína.

– A gente tem um campo lá no CT e estamos finalizando outros três, está na fase de pós-plantio. Temos os ginásios também aqui em São Januário. Não posso cravar, mas acredito que esse ano a gente consegue ir para o CT da Base Forte. Não está na minha alçada a negociação com a 777 pela SAF, mas entendo que, caso avance, vai nos dar ainda melhores condições para desempenhar o trabalho. Haverá melhorias de uma maneira geral e, com certeza, estruturais também – disse Rodrigo Dias.

Rodrigo contou ainda que o departamento identifica os atletas de maior potencial e elabora um plano customizado para esses garotos desenvolverem da melhor formar o seu talento. É o que acontece, por exemplo, com Andrey Santos, de apenas 17 anos e que já está integrado ao profissional.

– Temos níveis de classificação dos atletas, é normal que alguns sejam mais promissores do que outros, e temos uma atenção um pouco maior no desenvolvimento individual desses atletas. Os treinos são elaborado para esse desenvolvimento individual.

O foco é a integração com a equipe profissional, que hoje é gerida por Carlos Brazil, ex-diretor da base vascaína, o que acaba facilitando o processo. O objetivo de Rodrigo é aliar a formação em campo com o conhecimento extracampo. O Vasco iniciou, em outubro do ano passado, um ciclo de palestras socioeducativas para os garotos, e temas como DST’s, racismo e educação financeira já foram abordados. O gerente ainda tem usado o Espaço Experiência, inaugurado em dezembro passado, para levar ex-jogadores identificados com o clube para falar aos jovens.

No primeiro semestre, a partir de abril, o Vasco disputa o Campeonato Brasileiro Sub-20 e a Copa do Brasil Sub-17. No segundo semestre tem o Campeonato Brasileiro Sub-17 (a partir de julho). O time sub-20 já está jogando o Carioca da categoria.

Na última quinta-feira, Rodrigo Dias apresentou aos profissionais da base a Diretriz Geral para a temporada. Veja abaixo mais sobre o papo com o gerente da base do Vasco:

ge: Em linhas gerais, o que se pensa para a base do Vasco em 2022?

Rodrigo Dias: Acabei de fazer uma apresentação sobre as diretrizes do nosso trabalho. Nossa missão é formar cidadãos e desenvolver atletas de talento para a equipe principal. Nossa visão é sermos referência na formação de atletas e profissionais, com práticas inovadoras. Respeito, paixão, criatividade e determinação são nossos valores.

Tivemos quatro atletas que subiram para o profissional esse ano: Andrey Santos, Zé Vítor, Pimentel e JP Galvão. Nesse processo de transição, alguns que estão lá em cima precisam de um suporte da base para voltarem para a equipe principal ainda mais preparados. Foi assim com o Juninho no ano passado, que voltou para jogar 10 jogos na base, e vem sendo titular esse ano. Temos o Figueiredo também. Ele e o Vinicius voltaram para a Copinha, formamos uma boa equipe. São decisões em conjunto de departamento de futebol como um todo. O objetivo final é servir a equipe principal, vimos o Figueiredo entrando bem nos últimos dois jogos do time principal no Carioca.

Tivemos seis atletas convocados esse ano já. Marlon Gomes, Andrey Santos, Rayan, Phillipe Gabriel, Rodrigo Pacujá e Matheus Ferreira. Isso é um indicador de desempenho.

Temos categorias da sub-7 até o sub-15, depois sub-17 e sub-20. Se o maior indicador de desempenho é o fornecimento desses atletas para as categorias de cima, temos que andar desde as categorias menores até as maiores, com a sub-7 fornecendo para a sub-8 e assim por diante. Temos uma equipe multidisciplinar, um núcleo de saúde e performance, escola, nutricionista, assistente social, médicos, fisiologista, fisioterapeuta, treinadores, auxiliares, preparadores de goleiros, analista de desempenhos…

Os resultados esportivos não são o foco principal, mas a gente entra em toda competição com o DNA vencedor do Vasco, que sempre formou grandes atletas. Essa é a marca do Vasco, formar atletas privilegiando técnica, coragem, com um jogo propositivo que nos aproxime da vitória.

Estamos com um calendário interessante, o sub-17 disputa Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. Temos o Brasileiro Sub-20 também, fora Copa Rio, Carioca, entre outras muitas competições entre campo e futsal. A gente vai do simples para o mais complexo nesse processo de formação. A partir dos 14 anos, por exemplo, é só campo.

No último mês, o Vasco recebeu a visita de Josh Wander e outros executivos da 777 Partners. Na ocasião, eles visitaram o CT da base e falaram sobre investimento na estrutura. O que ficou combinado? O que falta em termos de estrutura para o CT ficar pronto?

Hoje a gente tem três espaços que a gente utiliza: São Januário, Artsul (Nova Iguaçu), em que a gente manda a maioria dos jogos, e o CT de Duque de Caxias. A gente tem um campo lá e estamos finalizando outros três, está no pós plantio. Futuramente, com os campos concluídos, vamos conseguir ir com a base toda pra lá. Temos os ginásios também aqui em São Januário, o futsal é fundamental no processo de formação. Os atletas formados com sucesso geralmente começaram bem cedo lá no futsal. O Andrey Santos, por exemplo, chegou com seis anos de idade no nosso futsal.

Temos treinado em alguns momentos lá no CT do Almirante. Já tivemos coletivos, jogos-treino, existe uma integração entre base e profissional. O Carlos Brazil já esteve na base, conhece os nossos processos, os nossos atletas, a equipe que trabalha com ele também conhece as nossas necessidades e contribuem muito. Tem um alinhamento em todas as áreas.

Não posso cravar, mas acredito que esse ano a gente consegue ir para o CT da Base Forte. Não está na minha alçada a negociação com a 777 pela SAF, mas entendo que, caso avance, vai nos dar ainda melhores condições para desempenhar o trabalho. Haverá melhorias de uma maneira geral e, com certeza, estruturais também.

Como funciona o processo de captação de talentos no Vasco?

A gente trabalha com três pilares: a identificação do talento, a captação que vai até os 15 anos e análise de mercado. Temos coordenador de análise de mercado, coordenador de captação e observadores para identificar o talento. Tem alguns que já chegam no futsal desde novo. Desenvolvemos esse atleta através de treinamentos além do campo com nossa equipe multidisciplinar. Assim como o professor na sala de aula, para aferir se o aluno compreendeu o assunto, aplica uma prova, a prova para o futebol é a competição. A avaliação é constante.

Tem talentos em diversas áreas do Brasil, mas nosso foco é de dentro pra fora. Buscamos ser fortes na cidade do Rio, no estado do Rio, na região Sudeste para depois ampliar para o Brasil. Mas temos contatos a nível nacional. A gente aloja aqui na pousada em São Januário atletas a partir dos 14 anos, temos alguns atletas alojados por entendermos que são jovens com talento a ser desenvolvido aqui.

Você chegou à base do Vasco em junho de 2021. O que conseguiu melhorar e o que ainda pretende implementar?

O Carlos Brazil fez um trabalho excelente aqui, estruturou e organizou a base. Estamos inquietos em busca de melhorar sempre. Tenho quase dez meses de clube, me encontro uma pessoa muito melhor. Fiz um processo de imersão, passando no mínimo 12 horas aqui, de domingo a domingo. O Vasco é um clube gigante, isso motiva muito. Tenho focado nesses últimos momentos no atleta, travamos estratégias de indicadores de desempenho em cada setor – físico, técnico, social, psicológico, nutritivo, escolar… É um trabalho mais customizado para atacar em cada área e desenvolver esse atleta.

Temos níveis de classificação dos atletas, alguns são mais promissores do que outros, e temos uma atenção um pouco maior no desenvolvimento individual desses atletas. Os treinos são elaborado para esse desenvolvimento individual.

Conseguimos alguns títulos ano passado e quanto mais a gente joga, mais o atleta vai estar preparado para subir. Se jogam a final e vencem sobem mais confiantes. Mas ao mesmo tempo quando se perde eles aprendem muito na derrota. Para se ter um exemplo, no ano passado chegamos em quatro finais no sub-17, perdemos duas e ganhamos outras duas. A derrota faz parte do processo de formação, gera frustração e utilizamos isso para trabalhar mais forte. Tem alguns atletas que precisam de um desafio maior, é acelerar sem atropelar, mas desafiá-los mais. A gente sobe esse atleta e depois desce, isso faz parte do processo. Algo muito fácil ou muito difícil não é um desafio na dosagem correta.

Hoje o Vasco tem no profissional um dos seus principais ativos, que é o Andrey. Existe um processo específico para o desenvolvimento dessa joia? Como se trata um garoto cercado de expectativas?

A gente trata com muito cuidado, com toda a equipe à disposição. O departamento de psicologia ajuda muito na ambientação. O atleta que sobe não vai resolver problemas, mas vai encarar um novo cenário e precisa passar por um processo de adaptação. Tem que ter paciência. O Talles sobe com 16 anos, é vendido com 18 e ele passa nesse meio por um período de adaptação. No New York City ele tem um novo processo de adaptação, e agora já está ambientado, fez o gol do título lá. O Andrey tem muito potencial, é diferente em todos os sentidos, muito sereno, inteligente, maduro, é questão de tempo para ele ganhar espaço na equipe principal e colocar sua marca no clube. É um atleta extraclasse, vai ter um futuro brilhante.

Fonte: ge

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