Atritos com Consórcio Maracanã é mais um capítulo da guerra de bastidores entre Vasco e Fluminense

O Consórcio Maracanã, formado por Flamengo e Fluminense, só irá se pronunciar oficialmente nesta segunda-feira (13) sobre o imbróglio envolvendo a majoração no valor do “aluguel” do estádio para que o Vasco receba o Cruzeiro pela 12ª rodada Série B.

Mas tenho informações de que em conversa informal com terceiros, Lawrence Magrath, diretor comercial e representante do Fluminense na parceria, estranhou a queixa do Vasco, justo o clube que em março cobrou R$ 120 mil para os tricolores receberem o Milionários, da Colômbia, em São Januário, fase de grupos da Libertadores.

Bingo!

Ficou claro que a decisão de aumentar o valor da cessão do Maracanã de R$ 90 mil para R$ 250 mil, também com proibição de exploração dos bares do estádio, embute mais um capítulo da guerra de bastidores travada entre Vasco e Fluminense desde a disputa pelo lado direito das arquibancadas do estádio.

E o golpe agora desferido nesta guerra-fria não tem a ver só com o preço pago pelo aluguel de São Januário.

A ação parece também contragolpe à atitude da diretoria do Vasco que, um dia após a cessão do estádio do clube, comunicou que não iria mais cedê-lo como consequência a atos de vandalismo de torcedores do Fluminense em suas dependências internas.

Na verdade, aos tais atos, cujos prejuízos seriam ressarcidos pela diretoria tricolor, somaram-se as manifestações depreciativas nas redes sociais que incomodaram os sócios e conselheiros do Vasco.

Mesmo tendo firmado contrato liberando o equipamento também para o confronto do Fluminense com o Olímpia, do Paraguai, pela mesma competição, o presidente Jorge Salgado comunicou a impossibilidade de cumprir o acordo.

Sem o Maracanã, que passava por reformas no gramado, os tricolores tiveram de jogar no Nílton Santos pagando R$ 150 mil (em vez de R$ 120 mil), medida que não foi bem digerida nas Laranjeiras.

Fato é que, respaldado pela Casa Civil do Estado, o Vasco se queixa de que o Consórcio está quebrando a alínea “X” do termo de cessão do estádio que estabelece o “dever de possibilitar a utilização (do Maracanã) em condições de igualdade pelos demais clubes”.

E o Consórcio, por sua vez, contesta a isonomia proposta na licitação, sustentando que a dupla Fla-Flu não pode pode ser taxada da mesma forma por já pagarem mensalmente o equivalente a 48.717,27 Ufir’s pela exploração e ocupação do Maracanã, fora custos de manutenção de todo o Complexo Esportivo.

Discussão descabida em se tratando de um patrimônio público que deveria ter regras claras para sua exploração comercial, preservando as demandas das quatro torcidas do Rio de Janeiro – independentemente das picuinhas clubísticas.

Erguido com dinheiro do povo para ser o palco maior do futebol carioca, e hoje explorado por Flamengo e Fluminense através de um processo de licitação temporário e feito nas coxas, o Maracanã, grosso modo, reflete a disputa entre tráfico e milícias pela exploração de áreas públicas.

Um “toma lá, dá cá” político, com os clubes tentando tirar proveito da falência do Estado em benefício próprio – e nas barbas da Lei!

Fonte: Blog Futebol, Coisa & Tal – Extra Online

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