Raniel: ‘Sempre que joguei na Ilha recebi muitas provocações. E ontem não foi diferente. Me chamaram de noiado, de drogado e de traficante’

Raniel falou sobre a confusão no jogo entre Sport x Vasco, ontem, na Ilha do retiro. Em entrevista ao UOL, ele se defender e contou sobre o tumulto que aconteceu nos minutos finais. Na partida, o Leão abriu o placar aos 19 minutos do segundo tempo, com Facundo Labandeira. Aos 48, o atacante empatou em cobrança de pênalti — marcado após revisão do VAR — e celebrou em frente à torcida adversária, levando a mão ao ouvido.

“Sempre que joguei na Ilha recebi muitas provocações. E ontem não foi diferente. Me chamaram de noiado, de drogado e de traficante”, disse Raniel.

O jogador contou que as provocações começaram ainda no banco de reservas, onde foi xingado de vários nomes. Ao entrar e conseguir converter o pênalti em gol, usou a comemoração como forma de desabafo. Na sequência, viu torcedores invadirem o gramado e correu para o vestiário.

“Sou ser humano, estou sujeito a erros. Mas o pessoal também errou, né? a partir do momento que me atacaram ao me chamar de noiado, drogado e traficante. Até porque comemorei um gol. Da forma que eu achava que eu deveria comemorar. Foi um desabafo meu. E não acho que fiz nada de mais para causar aquilo tudo. Desnecessário”, explica.

Fica todo mundo junto!

Ao sair do campo em direção ao vestiário, Raniel contou que houve tumulto da torcida pelo setor. Alguns insistiram em tentar entrar e quebraram uma das portas, mas foram brecados pela equipe de apoio e segurança do estádio. Para sair, foram horas de espera. Vale pontuar que o clima no estádio era de revolta por parte da torcida do Sport. Um homem agrediu, inclusive, a uma bombeira que recebeu chutes enquanto estava deixada no chão.

“Nós fomos correndo para o vestiário, né? O Zé me puxou, fui correndo. Alguns jogadores tentaram bater na gente. E no vestiário teve mais tumulto. A gente ficou ali dentro esperando o apoio da segurança e polícia. Uma situação constrangedora. Nós nos juntamos e falamos ‘fica todo mundo junto aqui! não separa, eles querem invadir’. Demoramos pra sair do estádio, foi bastante tempo. Ficamos por lá até o batalhão de choque dizer que tinham limpado as ruas”, lembra.

“Me senti mal por ter sentido, querendo ou não, o pivô desse acontecido. Mas fui o pivô de forma injusta, né? Só por eu ter comemorado o gol. Fiz o gol, comemorei o gol. E fui tratado como marginal por isso, tentaram invadir o vestiário por conta disso… tomou uma proporção que não deveria tomar”, acrescenta.

Cria do Santa Cruz

Raniel foi revelado pelo Santa Cruz, um dos maiores rivais do Sport. Fez o sub-15, sub17 e sub-20, até se profissionalizar no clube. Para ele, esse também foi um possível fator que potencializou a reação dos torcedores do Leão.

“Se fosse outro jogador fazendo aquilo ali, talvez não desse essa confusão toda. Por eu ser da base do Santa… já provoquei o Sport em outros momentos, eles também já provocaram também. É isso, é futebol. Tem que saber provocar e saber receber provocação. Por eu ter sido do Santa Cruz, acho que deixou eles mais irritados”, conta.

“Também acho que aconteceu mais por já estar 1 a 0 para o Sport, jogo decisivo, eles poderiam chegar na gente. E acharam que iriam ganhar, eu fiz o gol… e aí tomou essa proporção toda. Mas me chamaram de marginal, isso aquilo, por eu ter comemorado um gol. Não é justo, né? Graças a Deus acabou tudo bem, não teve nenhum ferido ou coisa mais grave”, conclui.

O Sport está em quinto na tabela, com 53 pontos, logo atrás do Vasco, que acumulou 56 pontos e está em quarto. Com a invasão de campo, está entre as penas possíveis: dar a vitória para Vasco, perda de mando de campo ou multas. A procuradoria do tribunal analisa ambos os casos.

Fonte: UOL

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