Desempregado após volta ruim ao Brasil, Cris foca Bom Senso

Com dificuldades para encontrar emprego após passagem sem brilho por Grêmio e Vasco em 2013, Cris aproveita o tempo livre para manter a forma física ao lado de um personal trainer e para atuar nos bastidores do futebol brasileiro. Membro ativo do Bom Senso FC, grupo que pede mudanças no calendário e introdução do fair play financeiro, o zagueiro de 36 anos afirma ter mais oportunidades para pensar nas brigas do movimento por causa do período sem clube neste início de ano. Em suas reflexões, o jogador acredita que a greve pode ser solução para chamar atenção dos dirigentes.
Com mais tempo que os demais companheiros para se dedicar às discussões, o veterano Cris aumentou participação, mergulhou nos temas abordados pelo movimento e virou peça importante para definir próximos passos. Um dos líderes do Bom Senso, o atleta aponta a paralisação durante o Campeonato Brasileiro como uma medida importante.
“O movimento está indo para o caminho certo, esse caminho que tem que ir. O futebol brasileiro tem os melhores jogadores, mas infelizmente ninguém assiste ao Campeonato Brasileiro. Alguma coisa tem que mudar, não dá para jogar terça, quarta, quinta, sábado e domingo. Não conseguimos ter uma recuperação. Esse calendário é impraticável, é muito pesado e nós também somos seres humanos. E não é só na Série A, mas também na B e C”, defende o zagueiro, em entrevista aoUOL Esporte.
Cris ressalta apoio de interlocutores em diferentes divisões do futebol nacional e cita força do Bom Senso para conseguir fazer os dirigentes agirem. “Tenho estado em contato com a organização do Bom Senso e participo ativamente das discussões. Não somos 10, 20 ou 30 jogadores insatisfeitos. Você pode ter certeza de que temos pelos menos três representantes em cada Série do futebol brasileiro”, avisou.
As reflexões de Cris também são dedicadas ao seu futuro profissional. O jogador descarta aposentadoria e diz que negocia com três clubes atualmente, mas ressalta que a situação financeira de alguns deles causa espanto e o atrapalha no momento de fazer a escolha. “Infelizmente, no Brasil, nós temos pessoas mais preocupadas com Carnaval ou Copa do Mundo. Por isso, os clubes não recebem os investimentos necessários e isso pesa”, lembra Cris.
Mesmo perseguido pela torcida do Vasco na campanha que terminou em rebaixamento no Brasileirão-2013, o zagueiro deixa escapar a vontade que tinha em continuar em São Januário neste ano. Ele acabou descartado pela diretoria cruzmaltina pelo alto valor de seu salário.
“Torcedor lida com emoção e não temos como julgar isso. Eu entendo que a torcida pegava no pé, tenho que respeitar. O Vasco foi um clube onde fiz grandes amigos, não vou dizer que não gostaria de ter continuado, mas eu sei que o futebol funciona assim. Agora é bola pra frente e pensar no futuro”, destacou.
Fonte: Uol
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