Do sonho ao pesadelo: Brasileiro volta a expor estaduais ‘mentirosos’

3 de maio. O Vasco bate o Botafogo por 2 a 1, se sagra campeão carioca e põe fim a um jejum de 12 anos sem títulos estaduais. No gramado, o presidente Eurico Miranda rouba a cena comandando as comemorações com gritos de “casaca” ao mesmo tempo em que não deixa de lado também o seu tradicional charuto.

5 de dezembro. Com uma de suas maiores delegações da temporada, o Vasco desembarca em dois ônibus em Curitiba para o ‘jogo do ano’. Mesmo com dificuldades para caminhar, Eurico fazia a sua terceira viagem consecutiva com o time cruzmaltino. O entusiasmo não era mais o mesmo.

O cartola é o retrato da temporada da equipe da Colina Sagrada.

Da ilusão da conquista no estadual para a luta contra o rebaixamento no Brasileiro.

A cada ano, esse mesmo roteiro se repete – ainda assim, é como se o discurso que se tornou um verdadeiro mantra ao longo do tempo não cansasse de ser evocado: os estaduais são mentirosos. A julgar por mais uma temporada recém-encerrada, não dá para negar. Todos os envolvidos na briga para fugir da Série B ‘brilharam’ no primeiro semestre.

Primeiro rebaixado, o Joinville teve no goleiro Agenor, batizado de ‘Ageneur’, o seu principal nome. Não fosse por ele e pelo trabalho fora de campo de PC Gusmão e do diretor João Carlos Maringá, o time que venceu em campo o Catarinense poderia ter tido o seu descenso confirmado com ainda mais antecedência.

O Goiás, que faturou o Goiano, viu a gestão Sergio Rassi zerar suas dívidas, mas cometer trapalhadas no futebol. Entre elas, as negociações frustradas das revelações Felipe Macedo e Erik para o futebol europeu.

Ainda mais conturbado, o Vasco teve de lidar com situações internas, como a desavença entre o diretor Paulo Angioni e o assessor especial da presidência, Euriquinho, filho de Eurico Miranda, o desmanche da base campeã estadual e a troca de treinadores.

O Avaí teve como resumo de seu ano o movimento interno de atletas para ‘derrubar’ o técnico Gilson Kleina. A confiança se foi antes mesmo do empate em 1 a 1 com o Corinthians.

Outros dois que estiveram na batalha contra o rebaixamento, o Figueirense, campeão catarinense nos tribunais, e o Coritiba, vice-campeão paranaense, também tiveram de encarar turbulências como ameaças a seus presidentes.

Em 2016, essas histórias deverão voltar a ser presenciadas. Provavelmente, claro, com outros personagens.

Fonte: ESPN

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